Presidência do partido em Goiás pode ser disputada por duas chapas. Apesar do racha, peemedebistas ainda falam em consenso até o dia 24
Marcione Barreira – repórter de política
A disputa pelo comando do PMDB de Goiás está a pleno vapor. Até agora foram formada duas chapas que tentam ganhar terreno daqui até o dia 24 de outubro. De um lado o ex-prefeito de Bom Jardim de Goiás, Nailton Oliveira, e de outro uma chapa formada pelos deputados federal e estadual Daniel Vilela e José Nelto (PMDB).
Neste momento, o cenário é completamente diferente do desenhado ao longo do processo. Especulava-se que o deputado federal Daniel Vilela formaria uma chapa, Nailton Oliveira encabeçaria outra, além de José Nelto e o ex-deputado federal Sandro Mabel (PMDB) também com possibilidades.
O cenário mudou após reunião no início da noite de quinta-feira, dia 15, no diretório estadual do partido. Estavam na reunião o presidente estadual da legenda Samuel Belchior (PMDB), o presidente metropolitano do partido e deputado estadual Bruno Peixoto (PMDB), Sandro Mabel, o ex-prefeito de Trindade, Ricardo Fortunato, e o presidente da juventude do PMDB, Pablo Rezende.
Muitos foram pegos de surpresa com o fato de a chapa encabeçada por Nailton e Sandro Mabel já estar em configuração e praticamente formada. A reunião tinha o intuído de afunilar o consenso em torno do nome do deputado José Nelto, que tem apoio dos colegas da Assembleia Legislativa.
Sem consenso na reunião e com a surpresa da chapa de Nailton, os deputados Daniel Vilela e José Nelto, na manhã seguinte, articularam e decidiram por formar mais uma chapa, que ele denomina de “Chapa do PMDB”. As duas chapas foram homologadas na tarde da última sexta-feira, dia 16, na sede do diretório estadual. Entretanto, o consenso ainda será buscado.
Ideal
Dentro do partido há um sentimento de que o consenso seria o ideal, uma vez que uma disputa poderia gerar um racha no ninho peemedebista. Apesar das duas chapas terem sido homologadas, o que vislumbra uma iminente disputa, um entendimento ainda pode acontecer com prazo mínimo de 48 horas antes data da eleição.
Certo é que o próximo mandatário do PMDB terá pela frente o desafio de levantar a agremiação que tem sofrido com desgastes internos. O mais recente deles envolvendo o empresário Junior Friboi, que foi expulso do partido, além de prefeitos peemedebistas que apoiaram o maior adversário da legenda na última eleição para governo, Marconi Perillo (PSDB).
União
O discurso de união é encampado pela maioria dos pretendentes à vaga no comando da agremiação. O deputado José Nelto elogiou trabalho do atual presidente e declarou que vai trabalhar para que o partido aumente sua participação nos diversos segmentos do Estado. “Eu estou no projeto onde a juventude pode participar”, disse.
Para Nelto, o trabalho do novo presidente deve visar o crescimento do partido e recuperar o comando do Estado, que segundo ele, esta nas mãos de um modelo esgotado. “Nós vamos buscar um projeto novo. Um modelo que venha mudar o modelo de gestão em Goiás”, finalizou.
O ex-prefeito Nailton Oliveira é bastante próximo a maior liderança da legenda, Iris Rezende (PMDB), assim como José Nelton, mas é tido por muitos como de temperamento mais moderado que a liderança peemedebista na Assembleia. Nailton declara que vai fazer o possível para que haja um consenso. “Estou para somar, não quero dividir o partido”, garante.
O prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, e o ex-governador Iris Rezende estão apenas observando. O provável que aconteça nesta semana é que Maguito se mobilize e apoie a ala ligada a seu filho, caso não haja consenso.
Iris Rezende, segundo informações de pessoas ligadas ao partido, tem hoje a preferência por Nailton, com quem possui relações estreitas há bastante tempo. Dentro do partido, Iris e Maguito são alçados como as maiores lideranças da legenda e na disputa cabe a eles o papel de orientar.
Torcida
Na bancada estadual a maioria torce pelo consenso. O deputado estadual Adib Elias (PMDB) disse acreditar e torcer para que isso aconteça. Para ele, entretanto, caso não haja consenso, o comando do partido estará em boas mãos. “Todos são gente do bem. Todos terão condições de comandar. Acho que vai ter consenso”, pensa Adib.