Nomes da situação e da oposição correm atrás do prefeito e do governador visando consolidar seus projetos eleitorais em Aparecida de Goiânia
Ronaldo Coelho
Aparecida de Goiânia tem, no mínimo, uma dúzia e meia de pré-candidatos a prefeito nas eleições do ano que vem. Até há pouco tempo apenas a base do prefeito Maguito Vilela (PMDB) apresentava uma variedade de nomes para sucedê-lo, enquanto que a oposição, aliada ao governador Marconi Perillo (PSDB), permanecia inerte e apenas assistia à movimentação dos maguitistas no município.
Chegou-se a dizer que a base do prefeito estava fragmentada e que permaneceria assim depois que fosse escolhido o cabeça de chapa da situação, o que, sem dúvida, favoreceria a oposição. Mas favorecer em que se essa mesma oposição não existia?
Pois é. Em política tudo é muito dinâmico. Muda rapidamente. Só para ilustrar o que queremos dizer basta lembrar uma célebre frase conhecida dos políticos. “Política é como nuvem. Você olha e ela está de um jeito. Olha de novo e ela já mudou”, dizia o ex-banqueiro Magalhães Pinto, velha raposa da política mineira. O que significa diz que a cada olhar, enxerga-se um novo formato.
E é justamente isso que aconteceu em Aparecida. A oposição, que estava paralisada e desestabilizada, resnasceu da noite para o dia e, assim como situação, hoje já apresenta vários nomes como pré-candidatos a prefeito. Assim, a praga rogada anteriormente na base de Maguito, que tinha e tem muitos nomes, pode pegar na oposição que agora também tem muitos nomes.
Mas tudo isso é discurso de adversários, faz parte do processo. A política no município está efervescente. Todos os partidos e todos os políticos estão de olho na prefeitura. E agora com um cenánrio diferente. Maguito já não é mais candidato e, sendo assim, todos os pré-candidatos se sentem em condições de vencer, pois o grande nome da política do município não pode ser reeleito mais uma vez.
Mesmas chances
Talvez seja justamente a ausência de Maguito dos palanques como candidato a prefeito que esteja incentivando muitos políticos a se lançarem pré-candidatos. Todos “são japoneses”, o que na política significa dizer que são iguais. Têm as mesmas chances de vitória.
“Está é uma chance que todos os políticos querem”, afirmou Ozair José, vice-prefeito de Aparecida. Assim como Ozair, a maioria dos pré-candidatos pensa assim. Mas tem um agravante. Essa maioria também é dependente de políticos de maior expressão. “Aqui é assim. O pré-candidato da base do prefeito quer o apoio do Maguito. Já o pré-candidato da oposição quer o apoio do governador Marconi Perillo”, lembrou o atual presidente da Agência de Saneamento de Aparecida (ASA), Léo Mendanha, que é ex-deputado estadual, peemedebista histórico e profundo conhecedor da política do município.
Se todos são iguais, ou estão em pé de igualdade na disputa, porque então esta dependência do prefeito e do governador? “Todos precisam de respaldo político para formar alianças, além de facilitar a obtenção de recursos para a campanha”, afirmou um dos pré-candidatos da situação que pediu anonimato.
Na base do prefeito Maguito Vilela são, pelo menos, 10 pré-candidatos. Na lista figuram o presidente da Câmara Municipal, Gustavo Mendanha (PMDB), os secretários Euler Morais (Governo e Integração Institucional), Jório Rios (Adminsitração), Mário Vilela (Infraestrutura e Obras), Valéria Pettersen (Projetos e Capitação de Recursos), Rodrigo Caldas (Desenvolvimento Urbano), todos do PMDB, Adriano Montovani (Trabalho, Emprego e Renda), do PT, Vilmar Mariano (Esportes, Lazer e Juventude), do PR, e os vereadores Ezizio Barbosa e Edilson Ferreira, os dois do PMDB.
Pela oposição, pelo menos quatro nomes já estão colocados como pré-candidatos. Os do Professor Alcides Ribeiro Filho, do vice-prefeito Ozair José e do vereador Manoel Nascimento, todos pelo PSDB, e do deputado estadual Marlúcio Pereira (PTB, de saída para o PRB).
A esta lista podem ser acrescidos mais alguns nomes nos próximos meses, como o do comandante-geral da Polícia Militar, coronel Sílvio Benedito Alves, que pode se filiar ao PSDB ou ao PP, e do empresário e presidente da Associação Comercial e Industrial de Aparecida de Goiânia Osvaldo Zilli, que tem convite de vários partidos, inclusive do PSDB, do vice-presidente da Companhia de Desenvolvimento de Goiás (Codego) Chico Abreu (PSDB), do ex-prefeito Ademir Menezes (PSD), entre outros.
As opções são muitas, mas qualquer desses nomes citados dependem de aprovação junto aos grupos políticos que pertencem e ainda deverão ser abençoados pelo prefeito Maguito Vilela ou pelo governador Marconi Perillo.
O fato é que todos estão de olho na prefeitura de Aparecida, assim como Maguito e Marconi. Por isso, o candidato que quiser ser apadrinhado por um dos dois deverá contar mais do que apenas com a sorte. Os ungidos por eles devem mostrar ser competentes para aglutinar as forças políticas em torno de seus nomes, devem estar bem com o eleitor, o que deverá ser demonstrado através de pesquisa quantitativas e qualitativas, além de serem bons arrecadores de doações financeiras para a campanha.
Independente
Mas há também quem não quer ser candidato nem de Maguito, nem de Marconi. É o caso do vereador William Ludovico (SD), que confirmou sua pré-candidatura prefeito. Ele diz que, ao contrário dos concorrentes, trabalha junto às bases eleitorais e quer ser o candidato do povo.
Diferentemente de Veter Martins, atual diretor Administrativo/Financeiro da Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo (CMTC), que também é pré-candidato, mas busca o apoio de Maguito, William Ludovico diz que é o único independente e que vai fazer campanha com projetos para o município na esperança de conquistar o eleitorado. O apoio de Maguito e de Marconi ele diz que não abre mão, mas depois da eleição, quando estiver governando Aparecida, se for eleito.
Nomes da situação