
Lívia Máximo
Escola pública em Goiânia promove projeto de incentivo à leitura, produção textual e educação literária por meio da cultura musical
Tchaikovsky, Beethoven, Bach, Chopin, Vivaldi, Verdi e Mozart. Já imaginou crianças com idade entre 4 e 9 anos apreciando esses renomados músicos eruditos? Esta é uma realidade na Escola Municipal João Paulo I, localizada no Jardim América, em Goiânia. Por lá, as crianças fazem tarefa ao som de músicas clássicas e exploram a biografia de músicos tradicionais, por meio de pesquisas, leitura e reprodução de textos.
O projeto foi realizado pela escola durante o primeiro semestre deste ano e a culminância, na última quarta-feira, 13 de junho, reuniu alunos, pais, professores e comunidade para a primeira edição da Tarde Cultural, evento que contou com a presença dos alunos da Escola de Música e Artes Cênicas (Emac) da Universidade Federal de Goiás (UFG), parceiros do projeto.

“Procuramos uma forma diferente de alfabetizar e encontramos a música clássica como uma aliada no processo de aprendizagem dos alunos. Pesquisamos, buscamos a parceria com a universidade, que abraçou a nossa ideia. Os alunos estudaram a biografia dos músicos, conheceram as músicas e fizeram produções textuais em cima disso. Trabalhamos com a perspectiva da alfabetização de uma forma interessante e enriquecedora culturalmente”, ressalta a coordenadora pedagógica Elaine Ribeiro.
A professora de alfabetização Ana Rodrigues dos Santos conta que os alunos se envolveram bastante no processo.
“Eles pediam para eu colocar as músicas no som enquanto eles faziam as tarefas. Notei que eles ficaram mais calmos, mais tranquilos e disciplinados, o que, consequentemente, contribuiu para o bom aprendizado. Eles se inspiraram na história de vida dos músicos, que começaram a desenvolver o talento musical na mesma idade deles”, diz a professora.
Mãe de três crianças matriculadas na escola desde pequenos, Lázara de Souza ficou encantada com a ideia do grupo gestor com o projeto cultural.
“Percebo claramente o grande benefício oferecido aos meninos. Eles estão muito mais comportados em casa e o melhor para mim é colocar uma música no rádio e eles reconhecerem Beethoven, por exemplo. É encantador uma criança com oito anos de idade ter este conhecimento musical e ainda aprender leitura e escrita com isso”, disse.

Representando a UFG, a coordenadora de Estágio da Emac, Dulce Regina de Oliveira, prestigiou o evento e se surpreendeu ao ver o engajamento dos alunos.
“Parabéns para a equipe de professores envolvidos no projeto. Fiquei realmente surpresa, não esperava que fosse encontrar tanto reconhecimento da música clássica erudita entre crianças tão pequenas. O projeto será apresentado em grande escala para toda a universidade e até para fora dela”, disse.
A intenção é que o projeto com música clássica no auxílio à alfabetização faça parte da proposta da escola daqui para frente.
“As próximas turmas serão também orientadas da mesma forma. Nossos alunos já participaram de concursos regionais, nacionais e internacionais com a produção de texto. Somos orgulhosos por isso e pretendemos vencer sempre o desafio que é alfabetizar com qualidade”, destaca a coordenadora Elaine Ribeiro.
