Marcelo Costa – Presidente da União dos Dirigentes Municipais de Educação de Goiás
Fabiola Rodrigues
O presidente da União dos Dirigentes Municipais de Educação de Goiás e secretário de municipal de Educação e Esporte de Goiânia, Marcelo Ferreira da Costa, diz que a escola precisa inovar o modelo de ensino para formar jovens que desenvolvam habilidades profissionais e que também tenham autonomia. Em sua jornada como secretário, ele vê como urgente a necessidade de evolução nos métodos de ensino da educação infantil, ensino fundamental e ensino médio, por observar que o estudante, atualmente, deseja muito mais que aulas teóricas. Marcelo Costa chama todos os professores e a comunidade goiana para participarem da construção do novo currículo da educação infantil e do ensino fundamental, dando opiniões e conhecendo melhor a primeira versão do documento.
Tribuna do Planalto – Que mudanças acontecerão na educação básica a partir da implantação do currículo baseado na nova BNCC?
Marcelo Costa – A BNCC vem corrigir disparidades no ensino, desde a educação infantil, fazendo com que tenhamos conteúdos dinâmicos e disciplinas mais modernos. Com um documento curricular atualizado, a escola se transformará em local muito mais adequado de aprendizagem. E, para além disso, dará a oportunidade do jovem vislumbrar um futuro melhor, preparando as crianças, adolescentes e adultos para vida.
Quando o documento curricular final estará pronto?
Temos até novembro deste ano para publicarmos a versão final desse documento. Sendo aprovado pelo Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e União dos Dirigentes Municipais de Educação de Goiás (Undime-GO), capacitaremos os professores no próximo ano, para estarem aptos a ministrar aulas de acordo com a novo documento curricular. Em 2020 a BNCC será implantada nas escolas. Os livros didáticos fornecidos nos colégios, em 2020, também já estarão atualizados com a versão final da BNCC. Qual a importância do apoio e participação do professor neste momento de elaboração do novo currículo? É fundamental, pois são os professores que estarão com o estudante em sala de aula. Estamos utilizando vários mecanismos que garantam o maior número de educadores envolvidos na construção final do currículo da nova BNCC em nosso Estado, seja por reuniões, chamamentos, redes sociais, internet. Precisamos da ajuda de toda a comunidade. Todos juntos pela educação.
“A escola dará a oportunidade do jovem vislumbrar um futuro melhor”
Chegou a hora de modernizar o ensino?
O mundo tem mudado, as expectativas das pessoas também. Tem-se mudado as profissões, as exigências de um modo geral. Se a escola não tiver um currículo que acompanhe essas mudanças, teremos estudantes do futuro em escolas do passado. Temos que ter a capacidade de aprender e reaprender juntos. O nosso conteúdo precisa ser moderno e respeitar as particularidades regionais de cada escola, seja ela na capital ou interior. A tecnologia também proporciona mudanças e temos que acompanhá-la. A tendência é melhorar a qualidade das instituições de ensino.
A educação ainda está longe de ser acessível a todos?
A educação na sociedade pressupõe a participação de toda a comunidade, mas historicamente tivemos momentos em que ela foi privilégio de poucos, feita para alguns. Precisamos, cada vez mais, que população participe do processo educativo. Esse é um trabalho das famílias e professores feito em conjunto.
É hora de engajar na política educacional?
Temos a chance de fazer com que o ensino da escola seja melhor. Podemos tentar colocar em prática tudo aquilo que percebemos que servirá de benefício para o estudante. Essa chance vai se concretizar com a participação de todos, por isso nosso convite aos professores, de modo geral, e à comunidade escolar para que contribuam na elaboração do currículo. Queremos um país melhor no futuro. Para isso temos que deixar o discurso de que a educação é importante e passarmos a participar não só da implantação da BNCC, mas das políticas públicas educacionais. Temos que sair do discurso e ir pra prática.
“Queremos um país melhor. Para isso temos de participar das políticas públicas educacionais”