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2024 não deve ser catapulta para 2026


Andréia Bahia Por Andréia Bahia em 21/04/2024 - 00:00

As eleições municipais tendem a tratar mais de assuntos locais e menos de posições ideológicas. Quem moranas cidades está preocupado com o buracona rua, o lixona porta de casa, a falta de médicosnos postos de saúde e o déficit de vagasnas creches. Outro ponto que interessa ao eleitor é a segurança pública, que não está na alçada do prefeito, mas para o cidadão isso não importa. Ele quer poder sair de casa sem medo.

Essa dinâmica parece que ainda não chegou à discussão eleitoralna capital. A polarização entre esquerda e direita que contamina todo e qualquer debate hoje neste país predomina também no processo eleitoral, que se encontra na fase de escolha do vice e formação das alianças partidárias.

O que se discute em Goiânia é quem será o candidato a polarizar com a deputada federal Adriana Accorsi, candidata a prefeita pelo PT, e todos os demais candidatos querem se encaixarno arcabouço bolsonarista para ocupar esse espaço. O deputado Gustavo Gayer, do PL, é o representante natural do bolsonarismo em Goiânia, mas apesar de aparecer bem nas pesquisas de intenção de votos, se isolou em uma chapa puro sangue.

Vanderlan Cardoso (PSD) perdeu o apoio dos bolsonaristas ao se aproximar do governo Lula, mas é um candidato que naturalmente tem muita proximidade com essa direita mais conservadora; já Sandro Mabel (UB), candidato do governador Ronaldo Caiado (UB), atira para todos os lados.

Pragmático, quer ampliar o espectro de apoio, mas já o governador quer fincar pé no bolsonarismo, visando 2026. Apesar de Goiânia, entre as capitais, ser a mais aderente à direita, sua história eleitoral não demonstra um perfil conservador.

Os últimos prefeitos foram do MDB e do PT, e Rogério Cruz, do Republicanos, só assumiu o posto com a morte do emedebista Maguito Vilela. Nenhum foi eleito para impedir a vitória do outro candidato, mas pela trajetória
política.

É esse o debate que os candidatos deveriam trazer para a eleição, os problemas da cidade e a capacidade dos candidatos para resolvê-los. Essa polarização só interessa a quem participa agora de olho nas urnas de 2026.