No dia 13 de setembro de 1987, Goiânia viveu o maior acidente radioativo da história do Brasil, quando um aparelho de radioterapia abandonado foi manuseado indevidamente, liberando Césio-137 e contaminando milhares de pessoas. Agora, 37 anos depois, a Secretaria da Saúde de Goiás (SES-GO) celebra a memória desse evento com o lançamento do Projeto Itinerante Praça Cultural Césio 137 – 37 anos.
O evento acontecerá às 14h do dia 17 de setembro, na Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego). A programação inclui uma exposição de obras de 38 artistas plásticos, poetas e fotógrafos, além de uma apresentação de dança com bailarinos da Escola do Futuro Basileu França. O objetivo é promover uma reflexão sobre o impacto do acidente e a memória das vítimas por meio de arte e conhecimento popular.
O acidente de Goiânia começou quando dois catadores de lixo encontraram e venderam um aparelho de radioterapia abandonado, que continha 19 gramas de Césio-137. A exposição à radiação resultou em quatro mortes, 249 casos de contaminação grave e cerca de 6.500 pessoas afetadas por radiação em diferentes graus.
O Projeto Itinerante Praça Cultural busca alcançar diferentes públicos e reforçar a conscientização sobre o acidente. “Passadas quase quatro décadas, muitos ainda desconhecem o impacto global desse evento. Queremos usar a arte para educar e lembrar a todos sobre as lições aprendidas,” afirma Glauciene Esteves, diretora geral do Centro Estadual de Assistência aos Radioacidentados Leide das Neves (Cara).
No dia 30 de setembro, haverá uma sessão solene na Alego para homenagear os servidores de saúde que prestam assistência aos radioacidentados.
O Cara, criado em 2011, continua a monitorar e oferecer suporte aos afetados pelo acidente, mantendo a memória histórica e promovendo a saúde dos radioacidentados. O Césio-137, embora perigoso devido à sua radiação beta e gama, também é utilizado na medicina e na indústria para tratamentos e processos de esterilização.
O Projeto Itinerante Praça Cultural Césio 137 – 37 anos pretende garantir que a história e o impacto do acidente continuem a ser lembrados e discutidos, promovendo uma maior conscientização e aprendizado sobre a importância da segurança com materiais radioativos.