O Brasil, com sua vasta extensão territorial e clima privilegiado, é um celeiro de oportunidades. No coração desse imenso campo fértil, a agricultura familiar tem sido, e continuará a ser, um pilar da nossa produção de alimentos. No entanto, se tem uma coisa que o homem do campo sabe é que, para colher bons frutos, é preciso investir em boas sementes e na força da tecnologia. E é nesse ponto que entra a ciência e a tecnologia, que, quando aplicadas corretamente, podem fazer toda a diferença para fortalecer a agricultura familiar, a mais antiga e, muitas vezes, a mais negligenciada forma de produção agrícola do país.
Antes de mais nada, é bom reconhecer a importância que o agronegócio tem na economia do Brasil. O setor é um verdadeiro motor que move o país, gerando riquezas e colocando o Brasil entre os maiores produtores e exportadores de alimentos do mundo. O agronegócio tem acesso amplo às mais modernas tecnologias, aos maiores projetos de pesquisa e a um sistema financeiro robusto que garante os investimentos necessários para a inovação.
É claro que, com esse acesso, o agronegócio consegue, por exemplo, aumentar a produtividade, melhorar a qualidade das colheitas e enfrentar desafios como a mudança climática. Com isso, fortalece a concorrência internacional e coloca o Brasil como um jogador de peso no mercado global de alimentos.
Mas, se a gente for olhar de perto, a agricultura familiar também tem seu papel fundamental. São esses pequenos produtores que garantem o prato de comida na mesa do brasileiro, especialmente nas regiões mais remotas do país, onde os grandes latifúndios não chegam. Além disso, a agricultura familiar se destaca pela produção de alimentos saudáveis, muitas vezes orgânicos, e pela preservação das boas práticas de cultivo que respeitam o meio ambiente.
O agricultor familiar tem uma relação íntima com a terra, entende suas particularidades e sabe o tempo certo para semear e colher. Ele é, sem dúvida, o verdadeiro guardião das sementes e da diversidade agrícola. Ao lado de iniciativas sustentáveis, ele é aliado da preservação ambiental, porque a terra que ele cuida, muitas vezes, é a mesma terra que alimenta suas gerações. E, ao contrário do que muitos pensam, a agricultura familiar não é apenas um setor pequeno ou secundário. Ela tem grande importância na economia brasileira, respondendo por uma parte significativa da produção de alimentos consumidos internamente.
No entanto, se a agricultura familiar é a espinha dorsal da alimentação do brasileiro, ela ainda enfrenta muitos desafios. E um deles é o acesso às tecnologias que o agronegócio já desfruta. O pequeno produtor ainda não tem a mesma facilidade de acesso a projetos de pesquisa, inovações tecnológicas ou financiamento adequado para modernizar seu modo de produção.
A verdade é que, enquanto o agronegócio recebe investimentos em ciência e tecnologia, muitos agricultores familiares ficam à margem, com poucas ferramentas para aprimorar suas técnicas. Isso resulta em menor produtividade, dificuldades em atender a demanda crescente por alimentos saudáveis e orgânicos e uma dependência de métodos tradicionais, que, em muitos casos, já não são suficientes para manter a competitividade ou enfrentar os desafios do clima e do mercado.
É preciso, portanto, que se faça justiça ao papel da agricultura familiar no Brasil, oferecendo-lhe o apoio necessário para que ela também tenha acesso a esses avanços. Pois, se é verdade que o agronegócio brasileiro é um gigante, também é preciso reconhecer que o agricultor familiar é a base que sustenta o nosso campo.
Diante disso, é imprescindível que o Brasil invista mais em ciência, pesquisa e tecnologia voltadas para a agricultura familiar. Afinal, como qualquer produtor sabe, sem tecnologia não há produtividade. E sem produtividade, o país corre o risco de ver um dos seus maiores patrimônios, a agricultura familiar, perder espaço e competitividade.
Investir na agricultura familiar não é apenas uma questão econômica, é uma questão de justiça social. Estamos falando de pequenos produtores que, em sua grande maioria, têm dificuldades em acessar crédito, treinamentos ou mesmo inovações tecnológicas. Ao investir nesse setor, estaremos garantindo o fortalecimento da nossa economia, preservando o meio ambiente e, mais importante, combatendo a fome. Pois, com as tecnologias certas, a agricultura familiar pode aumentar sua produção de forma sustentável, ajudando a alimentar a população brasileira e até exportando produtos de qualidade.
É hora de investir no homem do campo, oferecer a ele as mesmas oportunidades que o grande empresário do agronegócio tem. E, assim, garantir que a agricultura familiar continue sendo um pilar de nossa economia, de nossa alimentação e de nossa cultura.
Portanto, é preciso enxergar a agricultura familiar como ela realmente é: um setor estratégico e essencial para o Brasil. É hora de colocar a ciência e a tecnologia ao alcance do pequeno produtor e dar-lhe as ferramentas necessárias para crescer de forma sustentável, justa e eficiente. Só assim teremos um campo mais forte, uma economia mais equilibrada e um Brasil mais justo para todos, onde a fome seja combatida com a força do saber, da pesquisa e do compromisso com o futuro.