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Acidentes com pipas e rede elétrica crescem 87,5% no 1º semestre de 2025 em Goiás

Em seis meses, número de clientes afetados por ocorrências envolvendo pipas já passa de 90 mil no Estado


Avatar Por Redação Tribuna do Planalto em 08/07/2025 - 11:00

Com a chegada das férias escolares e o clima propício para atividades ao ar livre, cresce significativamente o número de crianças e adolescentes que soltam pipas. No entanto, o que parece uma brincadeira inocente pode se tornar um grande problema quando praticado próximo às redes elétricas. A Equatorial Goiás alerta para os riscos dessa prática, que pode causar acidentes graves, além de interrupções no fornecimento de energia de milhares de pessoas.

Somente entre janeiro e junho de 2025, a concessionária registrou 375 casos de ocorrências envolvendo pipas na rede elétrica em todo o Estado, impactando diretamente 99.091 clientes. O número representa um aumento de 87,5% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram registrados 200 casos e 28.204 consumidores afetados.

Aumento expressivo reforça atenção para o problema

O crescimento acelerado das ocorrências tem preocupado a Equatorial Goiás. As cidades com maior número de registros em 2025 foram: Aparecida de Goiânia (84), Goiânia (70), Anápolis (23), Águas Lindas de Goiás (19), Rio Verde (17) e Caldas Novas (13). Essas regiões concentram grande parte dos desligamentos provocados por pipas enroscadas na rede, resultando não apenas em prejuízos operacionais, mas em transtornos para a população.

De acordo com o gerente do Centro de Operações Integradas da Equatorial Goiás (COI), Vinicyus Lima, o crescimento nas ocorrências está relacionado à falta de informação e de conscientização sobre os riscos de empinar pipas em locais inadequados. “Quando uma pipa fica presa na fiação, a tentativa de retirá-la com objetos como vergalhão, cano de metal ou vara de bambu pode ser fatal. Mesmo as linhas sem cerol são condutoras de eletricidade se estiverem molhadas, o que amplia o perigo”, alerta o gerente.

Segundo o gerente, os desligamentos causados por pipas geram impacto direto em unidades de saúde, comércios, indústrias e residências. “Não se trata apenas de uma brincadeira. Quando uma pipa atinge a rede, temos que fazer manobras para isolar o trecho afetado, mobilizar equipes, o que demanda tempo e compromete o fornecimento de energia para um número expressivo de consumidores”, explica Lima.

Cerol e rede elétrica são combinações perigosas

Além dos riscos já citados, o uso de cerol e da chamada linha chilena, produtos abrasivos aplicados na linha com o objetivo de cortar pipas adversárias, é crime e traz riscos adicionais. Essas substâncias são altamente cortantes e já provocaram acidentes graves com pedestres, ciclistas e motociclistas. Na rede elétrica, o cerol é capaz de romper fios e cabos, gerando curto-circuito, incêndio e quedas de energia.

“O uso de cerol é ilegal e extremamente perigoso. Além de ser um risco para vidas humanas, ele causa danos estruturais à rede elétrica. Um cabo rompido não afeta apenas o local do incidente, mas pode comprometer o fornecimento de bairros inteiros”, alerta Lima.

A concessionária ressalta que a utilização de cerol é proibida pela Lei Estadual nº 18.627/2014, e o descumprimento pode acarretar multa e apreensão do material. É fundamental que pais e responsáveis fiscalizem o tipo de linha utilizada e evitem o uso desses produtos.

Como soltar pipa em segurança

Não soltar pipas/arraias perto da rede elétrica. A linha pode conduzir a energia e provocar queimaduras;
Escolha lugares abertos e espaços livres, como campos de futebol, praças e parques;
Se a pipa enroscar nos fios, nunca tente usar varas ou subir em postes para retirar;
Não use material ou fio metálico para fazer pipas, pois conduzem eletricidade;
Os “temperos” das linhas, feitos com vidro moído, também são extremamente perigosos, pois podem cortar os fios elétricos;
Evite a utilização de “rabiolas”, pois elas agarram nos fios elétricos, desligando o sistema e provocando choques, muitas vezes fatais;
É aconselhável ter sempre um adulto responsável acompanhando as crianças no momento da brincadeira;
Atenção com motos e bicicletas. A linha pode ser perigosa para quem dirige estes veículos.

Em caso de acidente envolvendo a rede elétrica

O local deve ser isolado para que outras pessoas não se aproximem;
Não se deve retirar objetos ou pessoas que estejam em contato com fios da rede elétrica até que um profissional qualificado assegure que a energia foi desligada;
Acionar imediatamente o Corpo de Bombeiros, por meio do número 193, e a Equatorial Goiás, pelo 0800 062 0196.

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