Na sessão deliberativa ordinária da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) nesta quinta-feira, (23) o deputado Delegado Eduardo Prado (PL) fez um discurso no Plenário Iris Rezende Machado do Palácio Maguito Vilela, criticando o governo de Ronaldo Caiado (UB) e defendendo as ações do PL.
Prado acusou o governador de usar a estrutura governamental para benefício próprio, mencionando supostas viagens milionárias em busca de apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro. “Observamos o governador Ronaldo Caiado fazendo um cerco incessante ao ex-presidente Bolsonaro, buscando apoio constante de Jair Bolsonaro de forma totalmente estranha, gastando milhões de reais em viagens para isso”, afirmou o deputado.
Ele destacou a integridade do PL, afirmando que o partido não se envolveu em práticas fraudulentas e que retirou candidatos homens para cumprir a cota mínima de mulheres de forma honesta. O parlamentar também criticou as ações judiciais que, segundo ele, têm o objetivo de calar o PL, mencionando multas que recebeu por supostas propagandas negativas antecipadas.
Eduardo Prado defendeu a atuação das candidatas do PL, afirmando que elas receberam recursos financeiros, apareceram na TV e pediram votos, negando que fossem “candidatas laranjas”. Ele concluiu seu discurso reafirmando seu compromisso com o PL e sua lealdade a Bolsonaro, criticando a promoção pessoal de Caiado nas redes sociais.
O desdobramento dessas acusações e a defesa fervorosa do deputado Prado colocam o PL em uma posição de defesa e os mantêm sob os holofotes enquanto o TRE-GO continua a análise do caso.
A acusação contra o Partido Liberal (PL) de fraude na cota de gênero nas eleições de 2022 para a Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego) ganhou um novo capítulo. O Movimento Democrático Brasileiro (MDB) e o União Brasil apresentaram ao Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO) um laudo pericial que aponta fortes indícios de adulteração em documentos apresentados pelo PL.
De acordo com o laudo pericial, inserido na Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) nº 0603824-88.2022.6.09.0000, houve manipulação de fotografias e prints de conversas no WhatsApp. O perito responsável identificou anomalias, como adesivos colados de forma suspeita em roupas, datas manualmente adicionadas em prints e discrepâncias no alinhamento e formato dos rótulos de data. Esses elementos sugerem que os documentos foram adulterados para simular a participação de “candidatas laranjas” na campanha eleitoral.
Em resposta, a defesa do PL argumentou que as provas são autênticas e que as candidatas participaram efetivamente da disputa eleitoral. No entanto, diante das evidências apresentadas, MDB e União Brasil solicitaram que o TRE-GO intime os investigados a apresentarem os arquivos originais para uma análise mais aprofundada e que as provas fraudulentas sejam desconsideradas. Eles pedem também que a AIJE seja julgada procedente, o que poderia resultar na cassação dos registros e diplomas dos eleitos e suplentes do PL.
O TRE-GO está analisando o caso e deve decidir se acata o pedido dos partidos, o que pode ter um impacto significativo no resultado das eleições de 2022 e na configuração da Assembleia Legislativa de Goiás.