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Bruno Peixoto diz que Conselho de Ética vai atuar para coibir ataques pessoais na Alego: “Esta casa não ficará omissa”

Bruno Peixoto anunciou medidas como veto à reprodução de vídeos com ataques pessoais a deputados e disse que ataque pessoal será censurado no plenário e na TV Alego


Lucas de Godoi Por Lucas de Godoi em 22/05/2025 - 11:04

Bruno Peixoto diz que Conselho de Ética vai atuar para coibir ataques pessoais na Alego
Presidente encaminha denúncias e diz que Casa não vai tolerar ataques (Foto: Reprodução / TV Alego)

O presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), deputado Bruno Peixoto (UB), afirmou nesta quinta-feira (22) que a Mesa Diretora não aceitará ataques pessoais durante as sessões plenárias e que o Conselho de Ética será acionado sempre que houver ofensas entre parlamentares. A declaração foi feita após um o deputado Amaury Ribeiro (UB) acusar Bia de Lima (PT) de ter feito um comentário pedófilo em entrevista à imprensa.

“A sua entrevista foi um momento de descontração. Foi um momento alegre, espontâneo, eu ainda fiz um comentário em tom de brincadeira e alegria dizendo que eu não sabia dessa preferência por homens mais novos”, narrou Bruno Peixoto. “Eu acompanhei, longe de qualquer ato criminoso, longe de qualquer ato criminoso, isso eu tenho plena convicção e acompanhei a entrevista”, defendeu o presidente.

Bruno disse que respeita a parlamentar e rejeitou que a fala tenha tido má conotação. “Excessos pessoais serão contidos por esta presidência”, registrou. “Nós vamos trabalhar, e digo nós, todos os deputados e deputadas, no sentido de que não vamos partir para o campo pessoal, e sim nas ideias, nos pensamentos na defesa pelo ideal na defesa dos goianos”, registrou ao anunciar que vai encaminhar a denúncia ao Conselho de Ética para que tome as devidas providências cabíveis.

Sessão encerrada

Na quarta-feira (21), Amaury insinuou que a deputada Bia de Lima teria feito apologia à pedofilia ao utilizar, em uma fala informal e descontraída com uma repórter, a expressão “gosto de novinho”. Segundo ele, o termo é associado a práticas criminosas. A declaração gerou forte reação da deputada, que protestou em plenário e deixou a sessão visivelmente abalada.

Nesta quinta-feira, Bia de Lima formalizou uma reclamação à Mesa Diretora da Alego pedindo providências contra o que classificou como violência simbólica e verbal recorrente. Ela denunciou que vem sendo alvo de ataques sistemáticos por parte do deputado Amaury Ribeiro e cobrou uma ação firme da presidência da Casa.

“Quero entregar à Vossa Excelência meu pedido para que sejam instauradas medidas e procedimentos disciplinares cabíveis, seja na Comissão de Ética, seja por quebra de decoro parlamentar. Solicito a expedição de advertência formal e pública contra o deputado Amaury Ribeiro”, disse Bia em discurso emocionado.

A parlamentar relatou ainda ter sido escoltada pela Polícia Legislativa até seu gabinete para evitar uma possível agressão física nos corredores da Casa após o embate no plenário, nesta quarta-feira. Segundo ela, não é um episódio isolado e que outras parlamentares já enfrentaram situações semelhantes. “Não sou a primeira e, se nada for feito, infelizmente não serei a última. A política não pode ser espaço de violência”, afirmou.

Resposta

Em resposta, Amaury Ribeiro apresentou uma representação contra Bia de Lima por quebra de decoro parlamentar. Ele alegou ter sido alvo de ataques pessoais por parte da deputada, que, segundo ele, o chama reiteradamente de “chapeludo” e teria feito insinuações sobre sua sexualidade em plenário. “Eu me senti ofendido. Sou hétero, sou homem. Isso atinge minha vida pessoal”, disse. Amaury também acusou a deputada de ameaça e pediu a investigação de suas falas.

“Quero providências para apurar se houve apologia à pedofilia. Ela não disse que gostava de homens mais novos, ela disse ‘novinho’. Isso tem outro significado”, afirmou o parlamentar, mesmo sob protestos da Mesa Diretora.

Intervenção da Mesa

O presidente Bruno Peixoto interveio afirmando que não permitirá mais esse tipo de conduta na Casa. “Essa Mesa não aceitará, de quem quer que seja, ataques pessoais. Já tivemos duas sessões encerradas por conta disso. O Conselho de Ética será acionado sempre que necessário. A divergência política é legítima, mas precisa ocorrer dentro dos limites do respeito mútuo”, declarou.

Com os ânimos ainda exaltados, a expectativa agora recai sobre a atuação do Conselho de Ética da Assembleia e as possíveis medidas que poderão ser tomadas diante das denúncias e representações apresentadas por ambos os parlamentares. “Darei as devidas providências”, respondeu Peixoto ao pautar a apresentação de matérias.

Histórico

O contexto do desentendimento entre os dois parlamentares tem fundo ideológico e se tornou mais firme nesta semana após o Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TER-GO) rejeitar uma denúncia contra o deputado estadual Amauri Ribeiro (UB), acusado da prática de crime de preconceito em razão de declarações anteriores do deputado.

O Líder do Governo, Thales Barreto (UB) disse “não pode entrar na esfera pessoal” e que a briga reflete polarização ideológica nacional. “Entendo que tem que juntar as partes e chegar em um denominador comum. Agora, deputada Bia, quando um não quer, dois não briga”, afirmou. Segundo Thales, quando o deputado está presente na sessão, há uma animosidade da parlamentar em responder às provocações ideológicas.

O deputado Mauro Rubem (PT) defendeu a colega de bancada cobrou atitude do presidente Bruno Peixoto ao condenar que ele permita o que chamou de “teatro” por parte do deputado denunciado. “Tratar igualmente? É reincidente, quantas vezes ele fez isto já, todo mundo sabe que é um método para ter ganho político pessoal”.

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