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Dia Mundial do DNA: o que a data representa para a medicina?


Avatar Por Redação Tribuna do Planalto em 28/04/2022 - 16:12

No ano de 1953, os cientistas James Watson, Francis Crick, Maurice Wilkins, Rosalind Franklin e outros colegas publicaram artigos na revista Nature com o objetivo de desvendar a estrutura da molécula de DNA. A descoberta foi especificamente no dia 25 de abril, e desde então a data é lembrada mundialmente como o Dia do DNA. Neste ano, um dos principais marcos para a ciência e medicina completa 69 anos.

Por coincidência, ou não, recentemente cientistas conseguiram sequenciar de forma completa o DNA humano por meio do Projeto Genoma Humano, iniciado na década de 90. Em 2003, o programa já tinha conseguido sequenciar 92% do genoma humano e neste ano chegou-se aos 100%. Com o sequenciamento completo é esperado revelar caminhos para novos conhecimentos sobre a saúde, o que torna a espécie humana única. Os 8% que faltavam agora ajudaram a entender mais ainda sobre o funcionamento do genoma, doenças genéticas e a diversidade humana. É como se estivéssemos vendo o genoma com um novo par de óculos, conseguimos agora ter uma visão do cenário todo, de todas as variações do DNA.

É importante mencionar que antes da publicação de Watson e Crick, em 1953, houveram vários outros pesquisadores que contribuíram para elucidação da estrutura da Molécula, em 1944 três pesquisadores publicaram pesquisas que demonstravam que as informações genéticas de um ser vivo estão reunidas no DNA.

Mas a data de 25 de abril de 1953 é significativa pois representa a abertura de uma grande janela na pesquisa científica com o fornecimento das bases para a Genética Molecular, Biologia Molecular e Biotecnologia. Estas áreas estão em constante crescimento e contribuem com diferentes setores, tais como saúde, bem-estar e longevidade em humanos, agricultura, pecuária e muitas outras.

O DNA é formado por nucleotídeos compostos por bases nitrogenadas, que são representadas pelas letas: A, C, G e T (respectivamente adenina, citosina, guanina e timina). Quando analisamos a estrutura da molécula do DNA, existem surpresas muito interessantes. Por exemplo, dentro do núcleo da maioria de nossas células são diplóides, onde o DNA está organizado em 23 pares de cromossomos.

No núcleo de cada uma de nossas células diplóides temos o DNA formado por 6 bilhões de pares de bases, e cada par de bases tem cerca de 0,34 nanômetros de comprimento (um nanômetro é um bilionésimo de um metro), cada célula diplóide contém cerca de 2 metros de DNA, segundo o artigo publicado pela Nature Education, DNA Packaging: Nucleosomes and Chromatin.

O corpo humano contém aproximadamente 50 trilhões de células – o equivalente a 100 trilhões de metros de DNA em cada corpo humano. Isso significa que cada um de nós tem DNA suficiente para ir daqui até o Sol e voltar mais de 300 vezes, ou ao redor do equador da Terra por 2,5 milhões de vezes. Mas, por que estes dados técnicos são importantes, afinal? Porquê as informações para constituir e regular as funções de todas as células estão em nosso DNA.

O Projeto Genoma Humano proporcionou um grande avanço no entendimento de como o código genético influencia nossas vidas. Por conta desta conquista, hoje sabemos que a alteração de apenas uma, entre as 6 bilhões de bases de um genoma, podem tornar uma pessoa imune ao HIV ou até mesmo aumentar a possibilidade de doenças como o câncer de mama, por exemplo.

Hoje existem inúmeros testes genéticos diagnósticos com função preditiva, que conseguem identificar a possibilidade de uma doença se manifestar, de acordo com predisposições encontradas no DNA do paciente. Isso permite que ele tenha a chance de se prevenir antes mesmo dos primeiros sintomas surgirem. Um destes exames identifica mutações nos genes BRCA1 e BRCA2, que podem trazer tumores nos ovários e mama. Uma vez que mais pessoas conseguem prevenir o surgimento de doenças genéticas, os sistemas de saúde conseguem otimizar seu trabalho.

Portanto, a medicina genômica irá transformar o sistema de saúde e a economia com maior precisão na identificação de riscos, medidas preventivas e monitoramento mais eficazes, reduzindo custos para o indivíduo e para o setor médico, evitando reações adversas e tratamentos desnecessários.