O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), afirmou neste sábado (26/4) que está disposto a disputar a Presidência da República em 2026. No entanto, condicionou a confirmação de sua candidatura ao desfecho das negociações de fusão entre PSDB e Podemos, prevista para ser formalizada na próxima terça-feira (29/4).
Em entrevista à Folha de S.Paulo, Leite afirmou que pretende contribuir com a construção de uma alternativa política à polarização que, segundo ele, “é destrutiva para o país”. Apesar da disposição, o governador ponderou que só terá clareza sobre seu caminho político após a definição do futuro de seu partido.
O PSDB enfrenta pressão para ampliar sua representatividade nacional a fim de cumprir a cláusula de barreira — que exige desempenho mínimo em votos e cadeiras no Congresso. Atualmente, o partido conta com 13 deputados federais distribuídos em oito estados e precisa alcançar representação em pelo menos nove estados para garantir acesso integral ao fundo partidário e ao tempo de televisão nas eleições de 2026.
A fusão com o Podemos é vista como uma estratégia para preservar a relevância política da legenda. Caso confirmada, uma convenção partidária deverá ser convocada para o final de maio ou início de junho para definir o novo estatuto e a direção da sigla unificada. Segundo o presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, a prioridade do partido será lançar um candidato próprio à Presidência, e Eduardo Leite é considerado o principal nome para a disputa.
Apesar disso, o governador gaúcho não descarta a possibilidade de deixar a legenda caso não se identifique com o novo projeto. “Se o meu movimento for em direção a outro partido, e não à permanência no que vier a ser o PSDB na sua fusão, será por enxergar a oportunidade de não apenas participar, mas também de liderar o projeto”, afirmou.
Nos bastidores, Leite é cortejado por outras legendas, como o PSD, presidido por Gilberto Kassab, que já manifestou interesse em sua filiação. “Eduardo Leite é um sonho antigo”, disse Kassab. O PSD, que conta com uma das maiores bancadas do Senado, poderia oferecer ao governador uma base mais sólida para uma eventual candidatura presidencial ou até mesmo para uma disputa ao Senado.