O MDB é o partido com maior número de filiados em Goiás, 115 mil, mais que o dobro do União Brasil (UB), que soma 51 mil. É também o partido mais tradicional e com maior capilaridade no Estado, cuja presença no interior é bastante arraigada. Mas toda essa força hoje está submetida ao poder do UB.
Nas últimas décadas, o MDB sempre foi protagonista nos processos eleitorais, seja na situação ou na oposição,sendo que na grande maioria dos pleitos estadual ou municipais havia um candidato emedebista despontando como favorito em eleições disputadas principalmente com o PSDB e o PT, legendas que também somam muitos filiados em Goiás. Também por décadas, o MDB reuniu as principais lideranças políticas do Estado, sendo Iris Rezende a mais expressiva até hoje.
No cenário político nacional, o MDB foi aos poucos perdendo o protagonismo que conquistou no processo de redemocratização do país, passando a ser um coadjuvante, aquele partido necessário na chapa como vice, importante para a governabilidade; mas não uma opção eleitoral. Apesar de a sigla ter o maior número de filiados no país, cerca de 2 milhões. Mas não deixa de ser um papel vantajoso, pois garante ao partido sempre participar do poder, sem no entanto ser.
Goiás até então resistiu a esse destino e muito dessa obstinação em se manter protagonista na política goiana se deveu à liderança de Iris Rezende e também de Maguito Vilela. Mas essas lideranças se foram e, além disso, o partido deixou de disputar a última eleição para governador, em 2022, apoiando o candidato da UB, e a morte de Maguito passou o comando da capital para as mãos dos Republicanos.
A eleição vai começar a definir o espaço que o partido deve ocupar no cenário político goiano sem suas principais lideranças e estando fora dos espaços principais de poder, processo que ganhará fôlego se Daniel Vilela assumir o governo em 2026.
O partido tem força para buscar o poder, mas pode também repetir o MDB nacional e se contentar com um papel secundário, mas da mesma maneira vantajoso.