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Saída de Bruno areja processo


Andréia Bahia Por Andréia Bahia em 21/01/2024 - 00:14

A retirada da pré-candidatura de Bruno Peixoto (UB), presidente da Assembleia Legislativa, do processo eleitoral – independentemente dos motivos – deve deixar o processo de escolha do candidato que vai representar o grupo do Ronaldo Caiado bem mais arejado. A partir de agora, devem surgir novos interessados na disputa e o debate deve se dar entre nomes com pesos semelhantes: experiência, legenda e capital político. Bruno Peixoto desequilibrava o jogo em razão do cargo que ocupa.

Além disso, as campanhas de Bruno têm como característica uma impetuosidade que acaba por intimidar os concorrentes. Foi assim na eleição para presidente da Alego. Ele deu início à campanha logo que foi reeleito deputado estadual e, em dezembro, já contava com o apoio de 38 dos 40 deputados.  A eleição seria em 1º de fevereiro. Em troca, prometeu mais cargos aos colegas e o fim da reeleição para presidente da Alego. Três deputados que já haviam anunciado candidaturas ao cargo, Lincoln Tejota, Virmondes Cruvinel  e Renato de Castro, todos do União Brasil, desistiram de disputar a eleição.   

Essa foi a mesma estratégia usada pelo presidente do legislativo para se consolidar como candidato a prefeito de Goiânia pelo UB com apoio dos partidos da base. Garantiu o apoio dos deputados aumentando o número de diretorias de 15 para 23 e de secretarias de 16 para 29; ampliou o número de comissionados nos gabinetes de 58 para 95  e deu início a uma série de ações na cidade que tinham como objetivo divulgar seu nome. Afinal, foi o deputado mais bem votado do Estado,mas as pesquisas de intenção de votos mostravam que era um desconhecido na capital.   

Essa impetuosidade da campanha de Bruno coibiu o surgimento de novos nomes dentro da base, e quando alguém era incluído no processo, como o ex-prefeito Jânio Darrot (MDB), era logo apresentado às regras do jogo em uma reunião na Presidência da Alego. Mas parece que os presidentes do União Brasil, governador Ronaldo Caiado e presidente do Detran Waldir Soares, não são afeitos a impetuosidades.   

Em política, os espaços legítimos são conquistados com respeito às regras subentendidas e aos atores presentes no processo. Assim como o mar, que quando revolto, só destrói; e subindo manso em maré cheia adentra a praia sem estragos.