Por Lucas de Godoi em 09/07/2025 - 11:30
Vereadores da Câmara Municipal de Goiânia intensificaram, nesta quarta-feira (9), as críticas ao consórcio Limpa Gyn, responsável pela limpeza urbana da capital. As manifestações miram o fim do contrato com a empresa, previsto para abril do ano que vem. Os parlamentares questionaram a qualidade do serviço prestado e passaram a defender medidas como a troca da empresa ou o retorno da Comurg à atividade.
“Se não me engano, o contrato dessa empresa vai até novembro e, realmente, se não melhorar, não só o prefeito, mas essa Câmara também vai cobrar para que essa empresa seja trocada ou a Comurg retome”, afirmou o vereador Henrique Alves (MDB).
Anselmo Pereira (MDB) também tratou da atuação do Legislativo como fiscal do contrato. Ele afirmou ter cobrado pessoalmente a empresa. “Fui até a direção da Limpa Gyn e entreguei para eles [um vídeo] e disse que tinham 30 minutos para limpar a Praça Universitária. Parece que eles cumpriram em 29. Esse é o papel nosso.”
Já Leo José (Republicanos) mencionou denúncias de que maquinários da empresa estariam atuando em áreas privadas e questionou a prestação de contas. “Eles não estão nem aí para fiscalização”, afirmou, ao criticar também a resposta enviada pela Limpa Gyn a seus requerimentos sobre rotas e horários de caminhões.
Entre as principais reclamações estão a suposta irregularidade na coleta de lixo, denúncias de limpeza em lotes privados, ausência de transparência sobre rotas dos caminhões e respostas consideradas insatisfatórias por parte da empresa aos pedidos do Legislativo.
As manifestações públicas de diversos parlamentares têm sido justificadas por falhas na execução dos serviços, mas nos bastidores o cenário envolve também o interesse de parlamentares em estabelecer canais diretos com a empresa diante da perspectiva de um novo contrato com a Prefeitura.
Comurg
Vereadores acenam com a possibilidade de o serviço ser devolvido à Comurg. Tião Peixoto (PSDB) disse que vai alertar o prefeito sobre a qualidade dos serviços da empresa.
Cabo Senna (PRD) também defendeu o retorno da empresa à limpeza urbana e disse que recebeu denúncias que envolvem a empresa. “Chegaram denúncias e eu vou preferir avaliar primeiro, mas já chegaram denúncias. Isso é grave.”
Críticas
O vereador Lucas Vergílio (UB), que abordou o assunto em críticas ao prefeito Sandro Mabel (UB), afirmou que “uma das principais demandas do goianiense é uma coleta de lixo eficiente, regular e digna, mas o que vemos é a total ausência de ação para resolver esse problema crônico”.
Vergílio cobrou coerência do prefeito Sandro Mabel (UB), ao relembrar posicionamentos durante a campanha eleitoral. “Em declarações públicas de 2024, Mabel chegou a dizer: ‘ou eles limpam a cidade ou limpamos eles daqui’”.
Para a vereadora Kátia Maria (PT), a atual gestão manteve práticas do governo anterior. “A gestão é uma sequência muito escancarada da gestão do Rogério Cruz. O Mabel não apenas manteve o contrato, sendo que ele disse que cancelaria durante a campanha, como ele fez um aditivo de R$ 9 milhões.”
A vereadora menciona informação publicada em primeira mão pela Tribuna do Planalto que, em maio, autorizou um acréscimo de quase R$ 9 milhões no contrato com o Consórcio Limpa Gyn, responsável pelos serviços de limpeza urbana na capital.
Contrato
A Prefeitura de Goiânia contratou 470 milhões, durante dois anos, o Consórcio Limpa Gyn a prestar serviços de coleta de resíduos sólidos, coleta seletiva, remoção de entulhos e varrição mecanizada na capital. A ordem de serviço foi assinada em 5 de abril de 2024 e no dia 22 de abril começou a executar os serviços.
O consórcio Limpa Gyn é formado por três empresas, sendo liderado pela Quebec Construções e Tecnologia Ambiental S/A, em parceria com as empresas Clean Master Ambiental Unipessoal Ltda. e CGC Concessões Ltda.
O Consórcio Limpa Gyn foi procurado pela reportagem e o espaço segue aberto para manifestação.
