Entre 57 países, o Brasil está na 39ª posição em uma prova que avalia a habilidade de leitura de alunos do 4º ano do Ensino Fundamental. À frente apenas da Jordânia, Egito e África do Sul e atrás do Azerbaijão e Uzbequistão, nações muito mais pobres que o Brasil.
Essa é a primeira vez que o país participa do Progress in International Reading Literacy Study, teste que avalia a capacidade de as crianças compreenderem textos, estabelecerem conexões entre as informações lidas e desenvolverem um senso crítico a respeito de um conteúdo.
Certamente, o mau posicionamento do Brasil reflete como o país lidou mal com a pandemia, haja vista que não houve uma coordenação nacional por parte do Ministério da Educação, e como as escolas estão despreparadas para um futuro escolar tecnológico. Professores, mais que os alunos, não dominavam a tecnologia do ensino remoto; sem falar na dificuldade de acesso por parte da população pobre e periférica.
O resultado do Brasil reflete, todavia, uma desestruturação anterior à pandemia e que vem contribuindo para o aprofundamento da desigualdade social no país. Na avaliação, 38,4% dos estudantes não chegaram sequer ao nível básico da escala; 11% alcançaram o nível alto e apenas 2,1% o nível avançado.
No Brasil, pior que as crianças não saberem ler é o fato de um percentual muito pequeno ter aprendido essa habilidade. Sabemos ensinar, mas optamos por ensinar para poucos, alimentando uma desigualdade social que apenas uma educação igualitária pode combater.