Em entrevista à GloboNews na tarde desta terça-feira (11), o ex-governador de Goiás e presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, reconheceu que o partido perdeu relevância no cenário político brasileiro e afirmou que a melhor estratégia para a legenda pode ser a fusão com outros partidos. Entre as possibilidades avaliadas estão o Republicanos, o PSD e até mesmo o MDB, liderado em Goiás pelo vice-governador Daniel Vilela.
“O ideal era seguir solo, mas ficamos pequenos”, admitiu Marconi, ressaltando que o PSDB tem sido procurado insistentemente por outras legendas interessadas em uma junção. “Se fizermos uma fusão com um dos três (MDB, Republicanos ou PSD), teremos a terceira maior bancada da Câmara”, explicou.
O ex-governador apontou a cláusula de barreira como um dos principais desafios para a sobrevivência do PSDB. A exigência legal reduz o tempo de televisão e o acesso ao fundo partidário de legendas com pouca representatividade no Congresso. “A cláusula acabou chegando e é um impeditivo à continuidade de partidos que têm história como o nosso. Ficamos com 30 segundos de TV, e isso pesa”, lamentou.
Marconi também avaliou erros cometidos pelo PSDB nas últimas eleições, incluindo a ausência de uma candidatura presidencial em 2022. Ele reconheceu que, em 2018, a estratégia de campanha do então candidato tucano Geraldo Alckmin foi equivocada, focando exclusivamente em ataques a Jair Bolsonaro e negligenciando o confronto com o PT. “Erramos em bater só no Bolsonaro. Tínhamos também que ter protagonizado a discussão com o PT. Nossa campanha centrou muito fortemente no Bolsonaro, e o nosso eleitor de centro-direita entendeu que estávamos aliados ao PT. E não era verdade”, analisou.