Parlamentares de diferentes partidos reagiram com indignação às declarações do secretário municipal de Cultura, Uugton Batista, que durante fala pública na Câmara Municipal afirmou que “existe muita gente imbecil” ao se referir a membros da Câmara Municipal.
A declaração de Uugton ocorreu em uma sessão especial no dia 30 de maio, mas foi mencionada pela vereadora Aava Santiago (PSDB) nesta quarta-feira (25). Ela apresentou requerimento ao secretário cobrando esclarecimentos.
Aava também denunciou contratações artísticas com cachês maiores do que os praticados em outras localidades e cobrou retratação pela fala que afronta o Legislativo. “Se o senhor é minúsculo, se o senhor tem o tamanho oposto dos cachês que paga para os seus amigos, aqui tem vereadora grande. E o senhor vai ter que responder: quem é o imbecil?”, disparou.
A parlamentar fez referência ao discurso da Tribuna da Casa, durante sessão de homenagem, que não está mais disponível no YouTube da Câmara Municipal. “Existe muita gente imbecil, inclusive vereador aqui imbecil, o que eu quero dizer pra vocês é que a nossa gestão vai ser democrática aqui pra vocês”, discursou Uugton na ocasião.
Contratação de fogos proibidos
As cobranças de Aava Santiago também miraram contratação da Secretaria de Cultura para dois shows pirotécnicos, no valor de R$ 60 mil, para o “Grande Arraial de Goiânia”, realizado nos dias 19 e 29 de junho no Centro Cultural Oscar Niemeyer.
O gasto fere a Lei Municipal nº 10.896/2019, de autoria do vereador Anselmo Pereira (MDB), que proíbe o uso de fogos de artifício em eventos públicos no município.
Aava questionou se os parlamentares que denunciaram gastos excessivos, descumprimento da legislação e a ausência de insumos básicos nas unidades de saúde seriam os “imbecis” citados pelo secretário.
“Quem é o vereador imbecil? O que acha um absurdo a prefeitura gastar R$ 60 mil com fogos proibidos enquanto falta seringa na UPA? O que fiscaliza shows sem licitação? O que denuncia cachês acima da média para artistas amigos do secretário? Ou são todos os vereadores que aqui estão? O senhor vai ter que responder”, afirmou a vereadora.
Câmara reage
Outros parlamentares também saíram em defesa da Casa. O vereador Coronel Uzêda (PL) cobrou respeito institucional e reforçou o papel da Câmara como fiscalizadora da administração pública:
“Esse parlamento aqui legisla, mas ele tem a função também de controle externo do poder executivo. Esse imbecil citado, qualquer um que seja, os 37 podem ser imbecis, ou apenas um, dois, três, eu não sei, são fiscais. Inclusive podem convocar. Eu não me considero [imbecil]. Então quero esclarecimento de quem são esses vereadores que o secretário chamou assim.”
O vereador Heyler Leão (PP) também criticou a postura do secretário e pediu mais civilidade no debate público. “Independente de concordar ou não com o vereador, tem que haver respeito dentro desta Casa. Chamar qualquer parlamentar de imbecil é inaceitável.”
A reportagem procurou o secretário para esclarecer a a quem ou a quais parlamentares ele se referia, mas ainda não teve retorno. O espaço segue aberto para posicionamento.