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A sorte das consortes de políticos


Andréia Bahia Por Andréia Bahia em 04/02/2024 - 00:10

A primeira-dama Gracinha Caiado sempre teve forte atuação no governo de Ronaldo Caiado, principalmente na área social. Nos últimos meses, no entanto, ela tem expandido suas ações para outras áreas da administração estadual. Semana passada, foi Gracinha quem anunciou a destinação de recursos para as pastas de cultura e turismo. Essa movimentação mira lá na frente, a eleição de 2026 e uma vaga no Senado.

Gracinha não é pioneira nesse modelo de primeiro-damismo em Goiás. Muito pelo contrário. Muitas mulheres de chefes de executivos adentraram o mundo político por essa via, e podemos citar como exemplo a ex-senadora Lúcia Vânia, que foi primeira-dama em Anápolis e em Goiás; a ex-deputada federal Iris Araújo, que ocupou o cargo quando Iris Rezende foi governador e prefeito de goiânia; a deputada federal Flávia Morais, ex-primeira-dama de Trindade; a deputada estadual Vivian Naves, mulher do prefeito de Anápolis, Roberto Naves. A primeira-dama de Goiânia, Thelma Cruz, tentou se eleger deputada estadual em 2022, mas não foi bem-sucedida nas urnas.  

Em algumas ocasiões, a esposa não utiliza o caminho pavimentado pelo marido para ser candidata, mas o substitui quando ele está impedido de concorrer. A ex-deputada estadual Laudeni Lemes, ex-primeira-dama de Senador Canedo,foi cotada para substituir o marido Divino Lemes  em 2016, caso a Justiça Eleitoral invalidasse sua vitória em razão de condenação por improbidade administrativa anterior. Por agora, Mayara Mendanha, ex-primeira-dama de Aparecida de Goiânia, vem sendo lembrada para participar das eleições desde ano no lugar do marido, Gustavo Mendanha, que está impedido. 

Em alguns casos, a mulher se liberta desse vínculo que lhe abriu as portas e trilha caminho próprio na política. Lúcia Vânia, Iris Araújo e Flávia Morais são exemplos de carreiras políticas que se desenvolveram ao largo da sombra dos maridos. Em outros casos, a esposa passa a ser extensão daquele que lhe proporcionou o cargo.

De toda forma, é uma via que, se por um lado privilegia as primeiras-damas no processo eleitoral, por outro, alimenta essa dependência das mulheres em relação aos homens na política.