skip to Main Content

Cientista político Pedro Célio lança dois livros em evento na Adufg

A obra “1969-2018: Um crime contra a cultura e a memória” resgata o monumento dos trabalhadores; "O patriota, O filho da mãe e outros" é um livro de contos


Avatar Por Redação Tribuna do Planalto em 05/04/2024 - 15:30

O professor Pedro Célio Alves Borges, da Faculdade de Ciências Sociais da UFG, lança hoje, às 19 horas, no auditório do Adufg-Sindicato, dois livros: “1969-2018: Um crime contra a cultura e a memória” e “O patriota, O filho da mãe e outros”.
O primeiro discute a importância da manutenção da memória através do estudo de caso do monumento dedicado aos trabalhadores, que sofreu uma série de agressões ao longo das últimas décadas.
O segundo é um livro de contos e minicontos com “caricaturas da vida real”, como define o autor. É recheado de um humor ácido e crítico.
Memória
Um Crime contra a cultura e a memória – obra de pesquisa e denúncia da destruição do Monumento ao Trabalhador, que existiu na Praça do Trabalhador, em frente à Estação Ferroviária, em Goiânia.
A coleta de documentos iniciou-se no âmbito da Comissão da Verdade, Memória e Regional, em que Pedro Célio participou representando a UFG.
Ao final, o professor reuniu documentos, imagens e iniciativas diversas sobre a destruição daquela obra de arte. A maior parte do acervo agora publicado diz respeito ao movimento que se formou em pelo menos dois momentos com reivindicação de reconstruir o Monumento. Também são narradas, com as devidas análises políticas, as respostas dos poderes responsáveis pelo assunto: a Prefeitura de Goiânia e o IPHAN. Os dirigentes desses órgãos nunca responderam às demandas pela reconstrução.
Na verdade, relata o autor, a destruição deu-se num processo estendido a praticamente cinco décadas. O primeiro ato criminoso foi cometido em 1969, por uma milícia (grupo paramilitar e clandestino) auxiliar a repressão política da ditadura militar, o Comando de Caça aos Comunistas. O CCC, como o grupo assinava as suas ações, derramou piche fervido na superfície dos desenhos, em mosaico de pastilhas.
Na hipótese de Pedro Célio, tratou-se aí de completa intolerância política e ideológica do CCC, acobertado pelo clima de medo e ignorado pelas autoridades da época.
O último ato contado no livro aconteceu em 2018, quando foram soterradas as ruínas do Monumento, que emergiram durante obras de reforma da praça.
Contos
O carro chefe do livro é o conto “O patriota”, levado ao título do volume junto com outra peça nomeada de “O filho da mãe”.
Há um humor especial nas situações e personagens apresentadas no livro. Situações dramáticas e trágicas convertem-se em oportunidades de zoação. O autor justifica essa linha, argumentando que “encontramos verdadeiras caricaturas na vida real. É difícil, mas o objetivo, em alguns casos, foi construir caricaturas de algo já caricato”.
Outro aspecto característico do livro são a leveza propiciada pela leitura dos minicontos. Algo que entra como “pílulas” de rápido consumo, mas que se impregnam na mente do leitor nos instantes seguintes.
Os minicontos apresentam locais de Goiânia e do cerrado goiano, causos de futebol, religiosidade, fatores da chamada goianidade divertidamente invertidos. Cada miniconto pode ser considerado um manancial para futuras investidas ficcionais, declara o autor.