O Governo de Goiás deu mais um passo rumo à modernização da gestão urbana com o lançamento oficial do Plano Estadual para Cidades Inteligentes, uma política pública pioneira no Brasil que pretende transformar a administração dos 246 municípios goianos por meio de tecnologia, dados e planejamento estratégico. A iniciativa é liderada pela Secretaria-Geral de Governo, por meio da Gerência de Cidades Inteligentes da SETCI, em parceria com o Parque de Inovação Tecnológica de São José dos Campos (PIT SJC).
O plano foi apresentado na manhã desta terça-feira (27/05), no HUB Goiás, em Goiânia, durante evento que reuniu técnicos, autoridades, gestores públicos, investidores e representantes da sociedade civil. A programação contou com boas-vindas institucionais, discursos e apresentação técnica do projeto.
Tecnologia a serviço das pessoas
O Plano Estadual tem como base indicadores técnicos internacionalmente reconhecidos, como as normas ISO 37120, 37122 e 37123, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU e a Carta Brasileira para Cidades Inteligentes. A proposta é oferecer um diagnóstico técnico personalizado para cada município, identificar vocações e desafios e propor soluções sob medida para tornar as cidades mais eficientes, resilientes e sustentáveis.
Com foco na melhoria dos serviços públicos e na qualidade de vida da população, o plano vai apoiar os municípios com ferramentas digitais, painéis de indicadores, capacitação de gestores e incentivo à inovação em áreas como saúde, educação, segurança, mobilidade e meio ambiente.
“Mais do que um plano, estamos criando as bases para uma política pública permanente, fundamentada em evidências, com capacidade real de transformação”, afirmou Tássia Araújo, gerente de Cidades Inteligentes do Estado.
Referência nacional
O Estado já reúne características favoráveis para liderar essa transformação: vocação econômica forte, posição geográfica estratégica e um ambiente institucional aberto à inovação. Apesar disso, ainda há fragmentação de dados e limitações técnicas em muitas cidades. O plano surge, portanto, como um marco para reequilibrar o desenvolvimento regional de forma inteligente e inclusiva.
A consultoria do PIT SJC será responsável por aplicar metodologias já testadas em outras cidades do Brasil e do mundo — como Barcelona, Medellín, Seul e Dubai — adaptando-as ao contexto goiano.
“Estamos trazendo uma bagagem técnica robusta e uma visão sistêmica para construir algo transformador em Goiás”, destacou o presidente do PIT, Jeferson Cheriegate.
Durante o evento, Cheriegate ainda afirmou que “O governo de Goiás, com essa iniciativa, está sendo pioneiro. É o primeiro estado brasileiro a criar uma política pública que vai ajudar os municípios a seguirem no caminho das cidades inteligentes. É uma ação estruturada com base nas ODS da ONU e nos 276 indicadores ISO definidos globalmente para cidades resilientes e sustentáveis”, declarou o presidente do PIT.
Vozes do evento
Especialistas e autoridades presentes no lançamento também ressaltaram a importância da iniciativa. Para a professora Paola Monteiro, presidente da Câmara de Cidades Inteligentes da ACIEG. “Essa proposta fortalece muito o Estado e os municípios. Permite que a gente analise não só o desempenho dentro de Goiás, mas também como nossos municípios se comparam a outros do Brasil. É uma ferramenta de apoio estratégico”, declarou a professora.
A especialista Ana Paula Cintra reforçou o cenário favorável do Estado para avançar com a política. “Goiás tem a 6ª posição em geração de energia solar e é a 9ª maior economia do Brasil. É um estado em crescimento acelerado, o que aumenta o impacto e a relevância de um plano como esse”, destacou a especialista.
Já o subsecretário de Energia, Telecomunicações e Cidades Inteligentes da Secretaria-Geral de Governo, Renato Rodrigues de Lyra, lembrou da origem do conceito.“O conceito de cidades inteligentes nasceu vinculado à tecnologia, mas amadureceu. Hoje, a tecnologia é ferramenta para alcançar serviços melhores, mais humanos e acessíveis”, disse o subsecretário.
Impactos esperados
A curto prazo, o plano permitirá o mapeamento técnico de todos os municípios, classificando-os conforme sua maturidade digital, capacidade institucional e infraestrutura. A médio e longo prazos, Goiás deverá consolidar um ambiente de governança inteligente, com dados integrados, políticas públicas personalizadas e mecanismos contínuos de avaliação e inovação.
Além disso, a proposta busca atrair investimentos, valorizar boas práticas locais e posicionar o Estado como referência nacional e internacional em cidades inteligentes.