Atualizada às 12h20
A Polícia Federal e a Controladoria Geral da União deflagraram, na manhã de hoje, a Operação Panaceia que apura o desvio de recursos públicos da área da saúde durante os anos de 2012 a 2018. Foram cumpridos 11 mandados e busca e apreensão, sendo dez em Goiânia e um em Brasília. Um deles em endereço do ex-governador de Goiás Marconi Perillo, presidente nacional do PSDB.
Os mandados foram expedidos pela 11ª Vara Federal que também determinou o sequestro de mais de R$ 28 milhões dos investigados.
Em nota, Marconi Perillo repudiou que seu nome tenha sido incluído e na “operação” e afirmou que “estão criando uma cortina de fumaça para não irem atrás de minhas denúncias e investigarem quem deveria ser investigado hoje em Goiás”. “Não se iluda Caiado. Você não vai me calar!”, prosseguiu. Leia a nota completa do ex-governador abaixo.
Segundo a PF, durante a investigação foi apurado que os desvios foram feitos por meio de uma organização social em contratos com o Governo do Estado, a qual subcontratava empresas ligadas a políticos e administradores da própria organização social, de forma que parte do dinheiro recebido por essas empresas retornava aos políticos e aos próprios administradores da organização social, o que é vedado por Lei.
Além do desvio de recursos (peculato), também são investigados os crimes de corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de capitais. A soma das penas máximas cominadas aos respectivos crimes pode ultrapassar os 40 anos.
A Polícia Federal contou com o apoio da Receita Federal do Brasil e da Controladoria Geral da União durante o decurso das investigações.
O nome da Operação, Panaceia, remete à deusa grega da cura e, posteriormente, passou a ser empregado como sinônimo de simpatias “cura-tudo” ou “remédio para todos os males.
Nota do ex-governador Marconi Perillo
Mesmo esperando uma reação às denúncias que tenho feito contra o grupo comandado por Caiado e que hoje domina Goiás e suas instituições, não imaginava que eles, mais uma vez, ousassem usar o poder do Estado para me perseguir, constranger e tentar calar.
Já fui vítima de outras armações e “operações” encomendadas, quando todos os meus sigilos e de minha família foram devassados, na mais profunda investigação contra um político em Goiás. Inclusive, essa armação foi duramente repreendida pelo STF.
Eles sabem da minha inocência e idoneidade. Não encontraram e não encontrarão nada contra mim. Nunca fiz o que narram. Só se fabricarem. Criarem factoides. Mas agora extrapolaram todos os limites, e com extrema crueldade. Estão fazendo uma operação por supostos “fatos” acontecidos 13 anos atrás. É estranho que só agora, quando faço denúncias contra o atual governo, é que resolvem realizar essa operação.
Em política não existem coincidências. Não tem um único centavo em minhas contas e de minha família que não seja oriundo do meu trabalho e declarado no Imposto de Renda. Estão tentando criminalizar movimentações lícitas, legais e todas declaradas aos órgãos competentes. Isso é um absurdo!
Eu repudio veementemente a inclusão do meu nome nessa “operação”! Estão criando uma cortina de fumaça para não irem atrás de minhas denúncias e investigarem quem deveria ser investigado hoje em Goiás.
Enquanto fazem mais um circo para me constranger, o Estádio Serra Dourada foi vendido por apenas R$ 10 milhões; o CORA vai custar o absurdo de R$ 2,4 bilhões e o Caiado ameaça a mim e minha família quando manda recado para ROTAM responder aos meus questionamentos políticos, os mesmos que estão sendo investigados pela morte de Fábio Escobar em Anápolis.
Não se iluda Caiado. Você não vai me calar! A hora daqueles que me perseguem vai chegar.
Marconi Perillo
Ex-governador de Goiás e presidente nacional do PSDB