A escolha de Uugton Batista para assumir a Secretaria Municipal de Cultura na gestão do prefeito eleito Sandro Mabel (União Brasil), anunciada nesta segunda-feira (23), provocou forte reação no mundo político e nos bastidores da cultura goianiense. Durante sessão nesta terça-feira (24), o vereador Fabrício Rosa (PT), presidente da Comissão dos Direitos da Criança e do Adolescente (CDCA), criticou duramente a nomeação, citando o histórico polêmico do futuro secretário.
Na tribuna da Câmara, Fabrício Rosa destacou que Uugton Batista é conhecido como “lobista do sertanejo”, apontando que, embora o gênero musical deva ser respeitado, a diversidade cultural da cidade também precisa de atenção. Além disso, o vereador trouxe à tona episódios do passado de Uugton, incluindo uma condenação por porte ilegal de arma de fogo, acusações de violência doméstica e um caso de homicídio culposo no trânsito.
“O próximo secretário de Cultura foi acusado de aliciar as próprias filhas e já chegou a agredir fisicamente um parlamentar quando era chefe de gabinete do ex-jogador e ex-vereador Túlio Maravilha”, declarou Fabrício Rosa. Ele também afirmou que a escolha reforça “uma cultura de violência na gestão Sandro Mabel” e prometeu uma fiscalização rigorosa.
Questionado sobre as polêmicas ainda na apresentação do novo titular nesta segunda-feira (23), o prefeito eleito Sandro Mabel afirmou que os antecedentes de Uugton foram verificados antes da nomeação. “Antes de chamar o secretário, a gente puxa a capivara dele inteira. Não temos nenhum tipo de processo ativo, pelo menos que foi apresentado”, disse Mabel. Ele explicou que questões relacionadas a débitos e esclarecimentos sobre empresas de Uugton foram resolvidas.
Durante coletiva de imprensa, Uugton também se defendeu, atribuindo algumas das acusações a disputas pessoais com sua ex-mulher, que, segundo ele, enfrentava problemas de saúde mental. Ele garantiu que processos por violência doméstica foram arquivados pelo Ministério Público de Goiás e pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA).
Sobre o caso do atropelamento ocorrido em 2019, que resultou na morte de duas pessoas, Uugton afirmou que foi um “infortúnio” causado por condições adversas da pista, incluindo sinalização inadequada e óleo na estrada. Sua defesa à época sustentou que ele não estava alcoolizado, não fugiu do local e não agiu com imprudência.
Com forte ligação ao setor sertanejo e ao ex-presidente Jair Bolsonaro, Uugton Batista promete uma gestão cultural abrangente, apesar de sua proximidade com o gênero musical predominante. Ele argumenta que sua experiência e articulação com Brasília poderão contribuir para a captação de recursos e o fortalecimento do setor cultural de Goiânia.