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“Tenho toda a segurança para disputar a eleição dentro do partido”

Depois de ficar em terceiro lugar na eleição para prefeito de Anápolis, em 2020,  e ser o candidato a deputado federal mais bem votado na cidade,  em 2022, Márcio Côrrea pretende voltar a disputar a prefeitura no próximo ano.


Avatar Por Redação Tribuna do Planalto em 10/12/2023 - 08:14

"O MDB é formado por pessoas e por grupos que são quem sustenta a candidatura nossa na cidade; é um partido hoje organizado na cidade. No mínimo temos que ter o respaldo e a anuência dentro de casa; dentro do partido.” Márcio Corrêa, Presidente do MDB de Anápolis
"O MDB é formado por pessoas e por grupos que são quem sustenta a candidatura nossa na cidade; é um partido hoje organizado na cidade. No mínimo temos que ter o respaldo e a anuência dentro de casa; dentro do partido.” Márcio Corrêa, Presidente do MDB de Anápolis
Depois de ficar em terceiro lugar na eleição para prefeito de Anápolis, em 2020,  e ser o candidato a deputado federal mais bem votado na cidade,  em 2022, Márcio Côrrea pretende voltar a disputar a prefeitura no próximo ano. Nas pesquisas ele aparece em segundo lugar, atrás do deputado estadual Antônio Gomide (PT), mas não é o petista que o preocupa, uma vez que ele acredita que a polarização entre esquerda e direita deve favorecer o candidato da direita em Anápolis. A pedra no sapato de Côrrea é o prefeito Roberto Naves (Republicanos), de quem é adversário político e tem uma rusga pessoal, e que tenta impor seu sucessor ao MDB regional, presidido por Daniel Vilela. Especula-se inclusive que Márcio Côrrea poderia trocar de partido para ser candidato, ao que ele afirma que se for para mudar de legenda não faz sentido disputar a eleição. De perfil conservador e liberal, o dentista e empresário trabalha para formar uma aliança de partidos ainda no primeiro turno e  conversa principalmente com o PL e o PSD para construir essa frente.  
Andréia Bahia

Tribuna do Planalto – A pré-candidatura do senhor a prefeito de Anápolis já está definida? 

Sim, porque meu nome vem sendo colocado e até mesmo os próprios adversários me reconhecem como pré-candidato, mas há muita coisa ainda para ser dialogada e discutida, porque é necessária a união de esforços das forças políticas para ter viabilidade, daqueles que estão em sintonia com projetos para cidade e que pensam de forma convergente com aquilo que estamos propondo para Anápolis. Eu vejo com naturalidade meu nome estar sendo lembrado e bem pontuado nas pesquisas que estão sendo divulgadas, mas é preciso conversar, dialogar, entender o sentimento da população e das forças políticas para conseguir viabilizar um projeto exitoso e vitorioso para a cidade.

Dentro do MDB há outras pré-candidaturas  a prefeito? O deputado estadual Amilton Filho, o vereador José Fernandes também têm interesse em disputar a Prefeitura de Anápolis?

Nós temos feito um trabalho no MDB no sentido de não apenas dar espaço para outras lideranças, mas também de revelar grandes nomes. Temos dentro do MDB – e hoje o MDB é o único grupo político da cidade – vários nomes que estão pontuando nas pesquisas e têm total condição de disputar a eleição e administrar a cidade. Estamos em sintonia, conversando, dialogando e buscando o mesmo caminho para que, no momento oportuno, possamos definir o candidato que vai liderar o processo eleitoral do ano que vem. Temos o  deputado Amilton, que ficou bem posicionado  nas eleições; o vice-presidente do partido, dr. Pedro Paulo Canedo, que tem participado ativamente das discussões e das definições; o médico dr. Marcelo Dayer, um nome respeitado e renomado, que conhece a saúde da cidade, trabalha no Sistema Único de Saúde e também colocou seu nome à disposição.

Se o MDB não lhe garantir legenda para uma eventual candidatura, o senhor estaria disposto a mudar de partido? 

Não faz sentido, porque o MDB é um diretório e tenho toda a segurança para  disputar a eleição dentro do partido. Não tenho essa preocupação e já tivemos situações mais complexas nas últimas eleições e, nesse sentido, estou bem tranquilo. O que não faz sentido é o MDB disputar solo, sem a união de forças políticas e de partidos, porque Anápolis é uma cidade grande, com grandes desafios, e precisamos conseguir ter a capacidade de aglutinação para que possamos não apenas disputar a eleição, mas unir a cidade em prol de superar esses desafios. Se a questão for mudar de legenda por não ter garantia do MDB, acho que não faz sentido disputar a eleição, porque o MDB é formado por pessoas e por grupos que são quem sustenta a candidatura nossa na cidade; é um partido hoje organizado na cidade. No mínimo temos que ter o respaldo e a anuência dentro de casa; dentro do partido. 

As conversas que o senhor vem tendo com o presidente do PL em Goiás, senador Wilder Morais, e com o ex-deputado federal Major Vitor Hugo contemplam uma eventual filiação ao PL? 

Não. Eu tenho o meu posicionamento na Câmara Federal dentro de uma visão e perspectiva administrativa-ideológica com que eu me apresentei e tenho me apresentado e isso talvez desperte a atenção de partidos mais conservadores. Eu tenho discutido com o PL e com outros partidos, até porque a tendência é de que a eleição em Anápolis seja polarizada e eu tenho conversado bastante com o PL, principalmente com o presidente local, Hélio Araújo, no intuito de entender o sentimento deles, o projeto, se temos convergências para podermos caminhar juntos. Essa questão de definição partidária com o tempo será definida. 

Há também especulações sobre a possibilidade de o senhor se filiar ao União Brasil para ser o candidato do governador Ronaldo Caiado. Procede?

É natural buscar não só o apoio do governador, mas a anuência, e é muito importante o governador Ronaldo Caiado participar desse processo, desse projeto. Ele está muito bem avaliado no Estado e nós trabalhamos para que o MDB e o União Brasil estejam juntos nesse projeto. É natural isso acontecer em função das eleições de 2022, mas no momento não tem ainda discussões ou conversas no sentido de mudar de partido.

O prefeito Roberto Naves afirmou que vai apoiar o candidato do governador Ronaldo Caiado e do ex-presidente Jair Bolsonaro e que esse candidato não é o senhor. Como o senhor vê a declaração do prefeito?

A arrogância e a prepotência, porque em uma fala ele define o candidato do governador e do Bolsonaro, sendo que ele ainda nem definiu o candidato dele. Toda semana eles lançam um candidato diferente. A arrogância e prepotência dessa declaração mostra o perfil do gestor de Anápolis e o motivo pelo qual ele está tão mal avaliado na cidade. 

Na eleição de 2020, no segundo turno, o senhor não declarou apoio ao Naves. Esse episódio dificulta a aproximação eleitoral entre o senhor e o prefeito?

Não há um problema de ordem pessoal; e o fato de eu não apoiá-lo em 2020 mostra que eu estava certo em função do que aconteceu na cidade nos últimos três, quatro anos em todas as áreas. Temos pesquisas qualitativas, temos conversado com a população e o Estado tem acompanhado a movimentação política de Anápolis e visto o quanto o prefeito está mal avaliado. Porque é uma gestão ineficiente, centralizadora, que desmontou os serviços de saúde, que acabou com o  esporte, a cultura não existe e a saúde está muito precária; uma cidade suja, acabada, encardida. Não faz sentido acompanhar o prefeito nem para ajudar, porque ele é muito centralizador, ele é professor de Deus. Estamos na política para contribuir, para ajudar, para dar nossa contribuição, mas o prefeito é muito articulado, muito habilidoso politicamente, mas está muito mais preocupado em fazer conchavos de articulações políticas no Estado para viabilizar um projeto de poder e a manutenção dele no poder do que em cuidar da cidade, em trazer Anápolis novamente para o desenvolvimento, para um melhor ambiente de negócio para  atrair novas empresas. 

O senhor disse que a eleição em Anápolis deve ser polarizada e acredito que envolva o candidato do PT e o apoiado pelo Jair Bolsonaro. O senhor se define como um políticoo de direita, mas qual direita o senhor representa? 

Quem tem que definir o candidato de direita é o eleitor. Mas talvez, do ponto de vista ideológico e administrativo, sou identificado pela população como um candidato cnservador e de direita, que tem um visão de menor interferência do Estado, uma visão conservadora dos valores tradicionais. É nesse sentido que sou visto, mas não aquele candidato que quer ganhar eleição falando que é direita ou de esquerda, mas não tem um projeto para a cidade. É isso que acontece hoje, o oportunismo político, candidato que que se vende de direita por oportunismo, analisando o perfil da população. Quem vai administrar a cidade somos nós e precisamos, além de ter uma visão administrativa e ideológica, ter um projeto para a cidade. É isso que a  população vai buscar e ela quer entender o que o candidato tem para a cidade, qual projeto vai ser apresentado. Escorar na avaliação de um presidente é fazer a população ficar refém de um discurso que vai decepcioná-la. Vai haver essa discussão, sim, porque essa polarização é natural no Brasil inteiro, principalmente onde disputam um candidato que tem o perfil de esquerda  e outro de direita, mas precisa haver projetos para a cidade.

O vice-prefeito Márcio Cândido se coloca como o candidato dos evangélicos. O senhor também é evangélico. Essa questão religiosa será um dos elementos dessa eleição? 

O candidato é da cidade, que tem evangélicos, católicos, espíritas, ateus. Nessa discussão eu não vou entrar. Princípios e valores não se divulga, não se fala, percebe-se pelas ações, estilo de vida, comportamento. As pessoas buscam uma pessoa de bem, uma pessoa séria, uma pessoa que tenha idoneidade suficiente para disputar uma eleição e administrar e cuidar dos recursos da cidade. Ninguém vai ser prefeito ou deixar de ser prefeito porque é evangélico. As pessoas vão buscar pessoas que tenham capacidade de administrar a cidade. Agora se é  evangélico ou  católico não precisa falar que as pessoas vão te enxergar como cidadão cristão ou não, e é nas suas atitudes que o candidato é visto pela população. 

O senhor sofre alguma pressão para se aliar ao prefeito agora em 2024?

Nenhuma. E mais importante que pressão política ou partidária é tentar corresponder às expectativas da população. Quem enxerga o prefeito como mal avaliado é a população. 

O senhor já conversou com os partidos de centro-direita a respeito de uma aliança ainda no primeiro turno?

É natural que todas as siglas, principalmente as com maior número de representantes na Câmara Federal, busquem ter seus projetos, ter candidatos próprios, até mesmo para viabilizar as eleições proporcionais. Eu entendo isso com muita naturalidade, mas vejo que tem uma tendência natural também de alguns partidos buscarem um caminho para fortalecer esse projeto logo no primeiro turno. Acho que é um desejo nosso e talvez de outras siglas de estarmos caminhando juntos e fortalecer esse projeto no primeiro turno. Mas temos que compreender e entender que cada partido busca se fortalecer, temos lideranças que também têm um projeto para cidade e buscam se viabilizar. A política é dinâmica, mas eu vejo com bons olhos essa conversa que nós temos tido com algumas lideranças e forças políticas no sentido de uma aglutinação no primeiro turno da eleição

Com Vanderlan Cardoso as conversas estão mais adiantadas e ele apoia a candidatura do senhor? 

Temos conversado bastante, não avançamos nesse sentido, tenho bom diálogo com Vanderlan, mas as definições sobre liderar um projeto eu diria que, no início do próximo ano, podem acontecer. 

O senhor declarou que seu desejo pessoal era que o MDB apoiasse a candidatura de Vanderlan para prefeito de Goiânia. O senhor defende que o senador seja o candidato de Ronaldo Caiado e Daniel Vilela em Goiânia? 

No momento em que eu concedi aquela entrevista o MDB não tinha candidatura e eu vejo que Vanderlan teve uma gestão muito positiva em Senador Canedo, com ciclos de desenvolvimento,  geração de empregos e qualidade de vida para a cidade. Eu tenho acompanhado à distância, mas sei que o MDB de Goiânia tem sua representatividade, sua força política e tomará a melhor decisão possível para a cidade e para o partido. Já foram apresentadas na base as candidaturas de Bruno Peixoto e Jânio Darrot e é importante o partido apresentar um projeto. Naquele momento, as possíveis candidaturas não estariam disputando o processo eleitoral e não via dificuldade em apoiar o projeto do senador Vanderlan. Agora, já chegando mais próximo das eleições, quando nomes estão sendo apresentados, vejo que o partido tem que buscar viabilizar uma candidatura para o crescimento do partido,  para o fortalecimento dos candidatos a vereadores, mas principalmente trazer um grande projeto que outrora o MDB trouxe na cidade de Goiânia.

O que o levou a entrar na política? 

Sou cirurgião-dentista, fui professor do Ensino Médio e também na área de odontologia e hoje atuo ainda na área empresarial. Sempre discuti a cidade, principalmente os números de Anápolis e observando o quanto a cidade carecia de uma gestão eficiente para que ela pudesse impulsionar economicamente pelos atrativos que a cidade sempre teve. Anápolis vem perdendo espaço nos últimos anos, se comparado com os outros municípios, e fica muito claro a deficiência na gestão, que desconhecia os reais problemas da cidade e tinha dificuldade de trazer Anápolis para esse protagonismo na área econômica e da qualidade de vida. Em 2020, quando fui candidato, fui aclamado no dia da convenção, mas nunca tive medo de desafios, entendendo que pela minha  capacidade de trabalho e também dentro daquilo que eu vinha discutindo e estudando a cidade, poderia oferecer o nosso trabalho, a nossa disposição,  a nossa inteligência, mas também com muita humildade, entendendo também que é necessário agregar quadros da cidade. A cidade tem quadros valorosos que conhecem cada centímetro de Anápolis e podem contribuir para a cidade; e muitas vezes esses quadros estavam sendo desvalorizados. Nada contra quem vem de fora, mas estavam desvalorizando aqueles que conhecem a realidade da cidade.  Entendendo também que não adianta ter a capacidade de trabalho, mas não ser vocacionado para a atividade política, que é muito dinâmica, mas cheia de desafios. Entendendo também nossa vocação de poder contribuir com a cidade e com o Estado, coloquei meu nome na disputa de 2020, mas pensando naqueles que mais  precisam das políticas públicas: o cidadão que depende da saúde que é oferecida pelo setor público, da educação, do transporte público. Entendendo também as dificuldades do setor privado,o quanto o setor público tem limitado a produtividade em várias áreas. Eu decidi conhecer a cidade, entender que precisava de homens  capacitados e eu mesmo busquei demais, grandes líderes da cidade para ser candidato. A política  é tão complexa que as pessoas de bem, pessoas capacitadas, pessoas que estão realizadas na sua vida pessoal e profissional não querem colocar seu nome para disputar a eleição. Anápolis carece de novas lideranças, mas pessoas comprometidas com os problemas da cidade. Coloquei meu nome, me dispus a participar do processo eleitoral, tive alguma experiência e uma boa receptividade, mais de 30 mil votos na primeira eleição, um nome ainda desconhecido da população. Logo em seguida disputei a eleição para deputado e fui o candidato a deputado mais votado da cidade.  É natural o meu nome estar sendo lembrado como potencial candidato, mas vamos  conversar e dialogar, buscando entender os problemas e como superá-los, e se a oportunidade for colocada para eu disputar a eleição, mais uma vez vamos nos apresentar, com muita responsabilidade, mas principalmente com muito compromisso com os anapolinos.

Da experiência de 2020 o que o senhor traz para o processo eleitoral de 2024?

Em 2022, eu estudei muito a cidade e quem teve a oportunidade de acompanhar meu plano de governo [viu que] foi o melhor plano de governo que foi apresentado. Muitos daqueles problemas que pontuamos que poderiam acontecer se situações crônicas não fossem solucionadas foram escancarados nos anos seguintes. Isso mostrou que eu estava no caminho certo, no sentido de entender a cidade. O que foi positivo, porque no processo eleitoral tive a oportunidade de conhecer a cidade e, de lá para cá, passei três anos andando pela cidade, conhecendo as pessoas, conversando,  estando próximo da população. Acho que isso é essencial, estar próximo e entender a queixa.  O bom agente político tem a capacidade de enxergar a cidade com os olhos da população, não com seus olhos. Disputar a eleição foi um grande privilégio, foi um grande prêmio ter essa oportunidade, representando a população e um  projeto para sua cidade. Passado o período eleitoral, tive mais tempo de voltar nos locais da campanha, entender, conversar, discutir o que melhorou, os problemas que se acentuaram. Eu sou anapolino, tenho como projeto de vida criar meus filhos, quem sabe meus netos em Anápolis, uma cidade de oportunidades. É um privilégio poder estar representando a população no processo eleitoral, quem sabe um dia gerir a cidade.