skip to Main Content

Fieg vai investir R$ 1 bilhão na expansão da rede de ensino

Meta é qualificar 323 mil trabalhadores até 2026, necessidade apontada por mapa da CNI; Sandro Mabel diz que missão do Sistema da Indústria é transformar vidas por meio da educação


Carla Borges Por Carla Borges em 19/02/2023 - 08:14

A Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) investirá até 2026 R$ 1 bilhão em seu Projeto de Expansão da Rede de Ensino Sesi e Senai em Goiás. Os recursos serão aplicados em todo o Estado, abrangendo modernização, atualização tecnológica, além da construção de novas escolas. A meta é atingir 323 mil trabalhadores que precisam ser qualificados até 2026, conforme revelou o Mapa Industrial do Trabalho, divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O estudo revelou, ainda, que o Brasil precisa qualificar 9,6 milhões de trabalhadores até 2026.

Na abertura do ano letivo, o presidente da Fieg, Sandro Mabel, explicou que os investimentos são para ações como expansão, modernização e construção de novas escolas, além de capacitação de docentes, visando a elevação da produtividade e competividade das indústrias. “Nosso enfoque é que nossos alunos saiam prontos para a indústria e para vencer na carreira profissional e na vida, construindo família, podendo adquirir sua casa e seu carro, entre outros bens”, ressaltou. Sandro Mabel disse que está ansioso para ver as conquistas que os estudantes terão em 2023, a exemplo de anos anteriores. “Formamos campeões e este ano vamos investir forte para que eles tragam muitos prêmios para Goiás.”

As demandas da indústria que devem ser contempladas com a iniciativa são as mais diversas e vão desde a construção civil até tecnologia da informação. Mabel foi o idealizador do projeto e quer que a Rede de Ensino Sesi e Senai ofereça o que ele chama de “treinamento mais forte, com indústria mais qualificada e forte para exportar para o mundo inteiro”. Ele defende que o projeto de uma política industrial mais reforçada passa necessariamente pela educação. “O Brasil produz várias matérias-primas, mas não as industrializa, não agrega o valor que poderia”, reconhece o presidente da Fieg. “Então, não geramos emprego aqui. Mandamos minério de ferro e outros minérios, soja e milho, tudo para ser industrializado nos outros países”, afirma. Segundo ele, esse é o contexto em que o projeto de expansão da rede ganhou forma.

“Nós exportamos mais de 70% da produção nossa in natura, o que é um absurdo, pois não agrega nenhum centavo para o Estado, nada, e que poderia ser muito mais industrializado”, avalia. Parte dos investimentos já está sendo realizada, com a reestruturação do Senai da Vila Canaã, modernização do Sesi Jaiara, do Sesi Itumbiara e Sesi Catalão, além da aquisição de equipamentos e tecnologias, investimento em capacitação dos docentes e professores.

“Nossa missão no Sistema Indústria é transformar vidas por meio da educação básica, profissional e tecnológica. E nosso compromisso é tornar nossas unidades centros avançados de treinamento profissional, começando na primeira infância, com nossas escolas oferecendo ensino voltado ao mundo do trabalho, priorizando tecnologia, inovação, robótica, uma educação trilíngue (português, inglês e programação), seguindo com o novo ensino médio, e finalizando com o curso profissionalizante”, define Sandro Mabel.

Regiões priorizadas

Mabel avalia que Goiás tem regiões, como sul e sudeste, com um nível de industrialização importante e um potencial grande. Na região norte do estado, a mineração tem sido um ponto de atenção para a Fieg. “Temos também o entorno de Brasília, onde faremos algumas escolas importantes”, explica o presidente da Fieg, adiantando que será construída uma grande escola em Luziânia, porque há necessidade de qualificação daquela mão de obra para atender as indústrias da região e também para atrair novos investimentos. “Da Região Metropolitana de Goiânia nem se fala, porque aqui a necessidade é contínua de gente qualificada. Há pessoas desempregadas, mas são as que não possuem qualificação. Porque estão sobrando vagas para gente qualificada”, conclui.

Neste ano, até fevereiro, o Senai oferta, em 18 unidades operacionais, 23.872 vagas em diversas áreas técnicas e modalidades, sendo 7.854 vagas para cursos técnicos, 4.607 em qualificação profissional, 6.176 em aperfeiçoamento e 5.235 em aprendizagem industrial. Entre as vagas, 9,7 mil são disponibilizadas gratuitamente – 6,4 mil em cursos presenciais e 3,3 mil por meio de ensino a distância (EaD). Só em janeiro, a instituição já realizou mais de 4 mil matrículas, distribuídas nas mesmas modalidades de educação profissional.

Já o Sesi Goiás inicia o ano com aproximadamente 11 mil alunos, formando 340 turmas, sob processo de ensino-aprendizagem conduzido por 400 docentes, em 14 escolas. São 3.902 estudantes no novo ensino médio, 4.363 nos anos finais do ensino fundamental, 1.851 nos anos iniciais do ensino fundamental e 127 na educação infantil. Este ano, cerca de 4 mil novos alunos ingressaram na instituição, referência de qualidade em educação básica.