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O segredo do sucesso das pesquisas


Vassil Oliveira Por Vassil Oliveira em 20/08/2023 - 00:00

Foto: Divulgação/TSE
Foto: Divulgação/TSE

Tenho um amigo, mestre, que por mais de uma vez encomendou pesquisa para guiar a campanha de seu cliente e, cheio de manha, enviou a mesma pesquisa para o marqueteiro adversário. Há na atitude um pouco de arrogância, mas o principal é outra coisa: confiança. Com muito de galhofa, evidente.

Brada ele que não são os números que definem o vencedor. O que faz a diferença é a leitura dos números, a interpretação dos dados, da mensagem contida nos percentuais e estratificações. Números são frios. Não piscam. Lidos de cabeça pra baixo, é para lá que vai o candidato com sua equipe e tudo o mais.

O que mais vemos hoje são pesquisas de intenção de voto. Baratinhas, pretensiosas, malfeitas, sem qualquer compromisso com a realidade, a grande maioria enganam incautos candidatos, que lucram no custo e se estrepam no benefício, quer dizer, na falta dele. Já até os candidatos que pagam pela alteração de resultados e depois passam acreditar na própria mentira como o último oásis no deserto.

Números são frios. Não piscam. Lidos de cabeça pra baixo, é para lá que vai o candidato com sua equipe e tudo o mais.”

Engraçado isso. Em um momento crucial de sua pretensão, que certamente custará caro ao final, o cara, ou a cara, economiza, achando-se esperto e muito bonito. Economiza duas vezes, normalmente: no custo do produto e na contratação de quem vaifazer a leitura e posicionamento da campanha ou pré-campanha. Até porque se acontecer (pra falar bonito) de a cara, ou o caro, conceber-se “O” cara, ou “A” cara: sabe mais que qualquer marqueteiro ou estrategista.

Não vai aqui, de minha parte, nenhum conselho. A situação toda é uma armadilha. Uma coisa leva à outra, que leva a uma (pré)campanha mambembe, que resultará em… seja o que Deus quiser. Não quer dizer que o cara, ou a cara, vai perder a eleição. Pode ganhar. Porque eleição é um trem danado. Até bicicleta voa. Agora, se a sua não voar, não vá reclamar do povo. O povo vota no melhor, e não naquele que faz as piores escolhas.

Quanto ao meu amigo, ele continua aí. Se alguém, do nada, te oferecer uma pesquisa, não duvide: pode até ser que você não saiba o que fazer, mas ele sabe. Sabe tudo, o velho mago.

Vassil Oliveira

Jornalista. Escritor. Consultor político e de comunicação. Foi diretor de Redação na Tribuna do Planalto, editor de política em O Popular, apresentador e comentarista na Rádio Sagres 730 e presidente da agência Brasil Central (ABC), do governo de Goiás. Comandou a Comunicação Pública de Goiânia (GO) e de Campo Grande (MS).

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