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A confortável posição de Alcides


Domingos Ketelbey Por Domingos Ketelbey em 23/06/2024 - 07:46

Enquanto a base caiadista em Aparecida vive dias de turbulência em meio a fissuras e a troca traumática do atual prefeito Vilmar Mariano (União Brasil) pelo ex-deputado federal Leandro Vilela (MDB), na corrida à Cidade Administrativa, o deputado federal professor Alcides Ribeiro (PL) acompanha atento toda a trama que levou à mudança na disputa eleitoral.

xHá pouco menos de um mês do período das convenções e do início oficial da campanha, Alcides lidera com folga as pesquisas de intenção de voto e vê, nos desgastes acumulados da base caiadista um novo trunfo que caiu em seu colo. Se a sua base estava otimista com relação à disputa, os movimentos caiadistas, fazem a esperança aumentar.

Nem o próprio Alcides esconde a admiração por Maguito Vilela e o reconhecimento que o ex-prefeito foi um divisor de águas na política local, entretanto, o ex-governador, que faleceu em decorrência da Covid-19, no começo de 2021, não estará aqui para ajudar o seu sobrinho durante a campanha. Leandro Vilela possui também um alto desconhecimento por parte do eleitorado aparecidense. A transferência de voto, nesse sentido, pode ser uma tarefa desafiadora para a base caiadista, apesar de todo o legado vilelista.

O fator eleitoral Mendanha pode até colaborar, mas a forma como conduziu todo o processo antes de Vilmar sair do páreo rendeu-lhe alguns desgastes políticos e colocam em seu colo a maneira como o prefeito foi escanteado na disputa. Sua participação e influência no voto são fatores consideráveis mas que, certamente, não serão definidores para o processo eleitoral. 

Alcides volta às urnas oito anos após ver a derrota nas eleições de 2016, ainda no primeiro turno. Foi um resultado melancólico, haja vista que o parlamentar liderava a maioria das pesquisas de intenção de voto durante toda a campanha. O resultado final foi ainda mais amargo já que ele ficou em terceiro, atrás de Marlúcio Pereira e Mendanha, eleito para seu primeiro mandato.

Oito anos depois, o cenário se repete. Alcides atribui a derrota em 2016 a uma suposta onda de fake news que recebeu durante a campanha. Diz abertamente que o então vereador por Goiânia e hoje senador da República, Jorge Kajuru (PSB), teria sido um grande responsável pela disseminação de mentiras durante o período. Hoje, o seu estrategista político, Marcelo Vitorino, diz que os aliados do professor estão preparados para a defesa. E também o ataque. 

Se as eleições fossem hoje, Alcides teria uma fácil vitória, em primeiro turno. Seja enfrentando Vilmar Mariano, Leandro Vilela, Luiz Inácio Lula da Silva ou o Papa Francisco, caso tivessem domicílio eleitoral em Aparecida. A eleição só acaba quando as urnas são abertas e o resultado da apuração realizado, em pouco mais de quatro meses. Se nenhuma reviravolta dantesca ocorrer até lá, certamente podemos falar que Alcides Ribeiro só perde para Alcides Ribeiro. Outubro dirá.

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