Ontem, durante debate promovido pelo Flow, assistimos atônitos mais uma cena lamentável produzida pelos candidatos à prefeitura de São Paulo. Mais uma vez o couch goiano Pablo Marçal tentou jogar a discussão para seus famosos cortes de rede social e o resultado foi mais uma agressão violenta, dessa vez entre o assessor do goiano Marçal e o marqueteiro do atual prefeito e candidato à reeleição Ricardo Nunes. O marqueteiro saiu com um corte profundo e sangue pra todo lado. Uma cena lamentável!
Não quero tomar lado de um ou de outro nas eleições paulistanas, até porque acredito que todos estão pessoalmente se beneficiando dessa verdadeira baixaria. Eu só lamento pelo povo de São Paulo e do Brasil, afinal de contas a eleição paulistana servem de termômetro nacional. Até agora eu não consegui identificar nenhuma proposta, de nenhum dos candidatos, sobre os problemas reais do povo nas ruas de São Paulo, tão somente vemos os cortes da redes sociais do couch Pablo Marçal e seus colegas de bancada.
Grandes nomes da política brasileira devem tá se revirando no túmulo, como Rui Barbosa, Juscelino Kubitscheck, Getúlio Vargas e tantos outros. O que fizeram com a política brasileira? Em tempo de algoritmos e monetização o que vale mesmo é chamar a atenção para sua rede social. Não importa se por meio de violência ou agressões, inclusive, para essa turma quanto mais agressivo e violento for melhor. É isso que as redes consumem.
Enquanto isso, fora das redes dos candidatos, 12% da população paulistana está em estado de insegurança alimentar, quase 500.000 pessoas sem emprego na cidade, tempo médio para se conseguir uma consulta chega há quase 40 dias, em São Paulo, 64.000 jovens não frequentam escola na capital paulista e tantos outros problemas estruturais que existem na major cidade brasileira. Mas sobre isso ninguém quer falar. Não dá pra engajamento!
Espero muito para o bem da democracia brasileira que cada vez mais os baderneiros de rede social não tenham acesso aos espaços de decisão política. Política é coisa séria, meche diretamente com a vida de milhões de pessoas. É o instrumento social e humano mais poderoso que existe para a transformar a realidade das pessoas. Não podemos permitir esse achincalhamento que estamos há observar. Pode ser um caminho perigoso e sem volta!
Rodrigo Zani é secretário de Formação Política da União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar – UNICAFES