Por Rodrigo Zani em 05/11/2024 - 06:00
Quando surgiu a nova polarização entre a extrema direita e a esquerda eu me senti como uma criança naquela velha brincadeira de infância conhecida como “vaca parir”. Pois é! Apertado pelos dois lados eu tinha que cair pra um, não me restou alternativa, tive que cair pra esquerda em defesa da democracia. Optei pela aliança com o PT. Em 2018 no segundo turno votei na candidatura de Fernando Haddad e em 2022 sem uma candidatura consistente do centro-democrático optei por apoiar a aliança Lula-Alckmin. Sempre no sentido contrário à extrema-direita!
Mas a verdade é que os últimos anos não foram fáceis para o campo político da social-democracia e do centro-democrático. Atacado pelos dois polos, sem poder de reação, fomos esmagados e reduzidos, mas não eliminados. Mesmo diante da pressão dos extremos os moderados ainda estão no jogo político. As eleições municipais de 2024, com seus números e resultados, são a prova cabal de que os extremos se enfraqueceram. A grande maioria da população não quer nem a extrema direita e nem esquerda mais. Seria uma guinada ao centro?
Notícias vindas dos bastidores das articulações tanto extrema direita quanto da esquerda dão conta que ambos os polos ideológicos agora buscam uma aliança com o centro-democrático. Quem diria que a “Geni” da política brasileira dos últimos anos voltaria a ser a noiva mais cobiçada do Brasil!? Os ventos mudaram!
O centro-democrático, em especial a social-democracia, tem visão desenvolvimentista com políticas liberais na economia que fomentam o livre mercado com foco no pleno emprego e renda, muito embora não vacila nas questões sociais com forte apelo para políticas de proteção e inclusão dos mais vulneráveis. Sabe dialogar com todos setores da sociedade e quando teve o protagonismo político realizou governos com altíssima aprovação popular, além de produzir com muita eficiência legislações que marcaram os desenvolvimentos macroeconômico e social do Brasil.
Fora desse debate maluco dos extremos, dentro de um verdadeiro debate de desenvolvimento nacional a social-democracia, ou, centro-democrático, como queira chamar, é imbatível. Os sociais-democratas tem projeto para o Brasil, mas, mais do que isso, sabem como executar. A história dos governos desse campo político está aí para provar!
O ex presidente Bolsonaro gosta muito de fazer analogia entre as articulações da política e os relacionemos amorosos. Nesse caso tanto a extrema direita quanto a esquerda agora estão cortejando e querendo namorar o centro-democrático. Será que vai dar casamento? Sei não! Melhor o centro-democrático ficar solteiro!
