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Operação Maillard: Receita Estadual e Polícia Civil investigam sonegação fiscal de R$ 6 milhões em restaurantes

Grupo dono de bares e gastrobares em Goiânia é alvo de operação que identificou fraudes no ICMS; empresário é preso por posse ilegal de munições.


Laiz Queiroz Por Laiz Queiroz em 09/11/2024 - 16:10

Fotos: Denis Marlon

A Secretaria da Economia e a Polícia Civil de Goiás, através da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra a Ordem Tributária (DOT), deflagraram na sexta-feira (8) a operação Maillard, focada em combater a sonegação de impostos. A ação investiga um grupo empresarial proprietário de bares e restaurantes em Goiânia, suspeito de sonegar R$ 6 milhões em ICMS. Foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão em gastrobares situados em setores nobres da capital, além de uma distribuidora de carnes, e um dos empresários foi preso por posse ilegal de munições.

As investigações começaram há mais de um ano, conduzidas pela Gerência de Inteligência Fiscal, que detectou uma discrepância na declaração do ICMS. O grupo utilizava o mesmo escritório de contabilidade, levantando suspeitas de um esquema organizado. O delegado adjunto da DOT, Bruno Costa, explicou que a operação revelou práticas fraudulentas como a sucessão empresarial com “laranjas” e o uso de créditos de ICMS fictícios para reduzir o imposto declarado. Os responsáveis podem responder por associação criminosa, sonegação fiscal e falsidade ideológica.

Ricardo Lucena, titular da Delegacia Regional de Fiscalização de Goiânia, destacou a gravidade das ações. “O grupo, com negócios em áreas nobres e grande faturamento, praticamente não pagava nada de imposto, gerando concorrência desleal. A maioria dos restaurantes cumpre suas obrigações fiscais, enquanto este grupo não repassava os valores devidos ao fisco”, afirmou Lucena.

A fraude incluía a simulação de compras desproporcionais de carnes e derivados, com a distribuidora de carnes agindo como fornecedora de créditos fictícios de ICMS. Mesmo após autuações anteriores, o grupo persistia em práticas irregulares, como o abandono de CNPJs com dívidas de quase R$ 3 milhões e a continuidade das operações sob novos registros. Durante as buscas, foram apreendidas munições de arma de fogo em posse de um dos investigados.

A operação envolveu 43 policiais e 28 servidores da Delegacia Regional de Fiscalização de Goiânia, incluindo 17 auditores fiscais e oito profissionais de apoio fiscal fazendário, além de três técnicos da área de Tecnologia da Informação.

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