Por Redação Tribuna do Planalto em 14/03/2025 - 16:41
O deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) está sob risco de perder seu mandato devido a declarações consideradas ofensivas e misóginas contra a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT-PR). As declarações resultaram em representações no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados por quebra de decoro parlamentar.
Na última quarta-feira (12), Gayer publicou nas redes sociais comentários depreciativos direcionados à ministra Gleisi Hoffmann. Em uma das postagens, ele sugeriu que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria “oferecido” Gleisi a líderes do Congresso, comparando a situação a um “cafetão” oferecendo uma “funcionária”.
Além disso, Gayer mencionou o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), companheiro de Gleisi, insinuando um “trisal” envolvendo a ministra, Lindbergh e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).
As declarações de Gayer geraram ampla repercussão negativa no meio político. O Partido dos Trabalhadores (PT) protocolou uma representação no Conselho de Ética da Câmara, acusando o deputado de quebra de decoro parlamentar por suas falas consideradas misóginas e ofensivas.
Paralelamente, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, anunciou que acionaria o Conselho de Ética contra Gayer e ingressaria com processos por calúnia e difamação. Alcolumbre classificou a situação como grave e afirmou que medidas legais seriam tomadas para responsabilizar o parlamentar pelas declarações.
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), também reagiu. Ele ligou para Gayer, repreendendo-o pelas declarações e convocando-o para uma reunião presencial na próxima terça-feira (18). Motta expressou preocupação com o teor das publicações e cobrou explicações do deputado.
O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados é responsável por analisar casos de quebra de decoro parlamentar. Se as representações contra Gayer forem consideradas procedentes, ele poderá enfrentar sanções que variam desde advertências até a cassação do mandato. A decisão final cabe ao plenário da Câmara, que deliberará sobre a recomendação do Conselho.
Esta não é a primeira vez que Gustavo Gayer se envolve em controvérsias. Em ocasiões anteriores, o deputado foi acusado de disseminar fake news sobre a Covid-19, além de declarações consideradas racistas ao associar a existência de ditaduras na África à suposta “falta de capacidade cognitiva” da população. Esses episódios já haviam resultado em pedidos de cassação e ações judiciais contra o parlamentar.
