O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), se posicionou de forma contundente contra a proposta de federação entre o União Brasil e o Progressistas (PP), em debate nos bastidores da política nacional. Durante entrevista coletiva concedida nesta quarta-feira, 20 de março, o chefe do Executivo goiano classificou a articulação como “um tiro no pé” e demonstrou preocupação com os impactos da medida sobre a coesão interna das siglas.
Segundo Caiado, o União Brasil ainda convive com dificuldades herdadas da fusão entre Democratas e PSL, formalizada em 2021. “Nós ainda estamos administrando as sequelas da fusão. Pernambuco e Amazonas continuam com conflitos, e há atritos em vários estados da base”, disse o governador. Para ele, uma nova composição com o PP pode acirrar divisões e provocar a saída de parlamentares insatisfeitos durante a próxima janela partidária.
“Se você desagrada nove estados — e não estamos falando de estados pequenos —, o que acha que vai acontecer com esses deputados? Eles vão procurar outro partido”, alertou.
Apesar do potencial da federação — que, se efetivada, formaria um bloco com 109 deputados federais e 13 senadores, tornando-se uma das maiores forças do Congresso —, a proposta encontra resistência entre lideranças do União Brasil. A avaliação é de que os custos políticos de uma união nesse momento poderiam comprometer a estabilidade interna da legenda.