Uma audiência pública realizada na manhã desta segunda-feira (24), na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), colocou em pauta a criação de secretarias municipais e estaduais voltadas exclusivamente à pessoa idosa. O debate, conduzido pelo deputado Ricardo Quirino (Republicanos), presidente da Comissão de Atenção à Pessoa Idosa da Casa, reuniu especialistas e lideranças para discutir estratégias que possam fortalecer as políticas públicas destinadas à população acima dos 60 anos.
A proposta de Quirino é que os municípios passem a estruturar pastas específicas para atender as demandas crescentes dessa faixa etária, que já ultrapassa, segundo ele, 1 milhão de pessoas em Goiás. “Toda política pública está atrelada a uma pasta. Precisamos avançar nessa pauta com uma secretaria que trate do envelhecimento de forma específica”, afirmou o parlamentar.
O deputado também afirmou que pretende se reunir com o prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (União Brasil), para discutir medidas de proteção à pessoa idosa e avaliar os próximos passos da gestão na capital. Um dos focos da conversa será a segurança da população idosa, que tem sido alvo frequente de golpes e violação de direitos.
Vozes da sociedade civil
Participaram da audiência a presidente do Conselho Regional de Contabilidade de Goiás (CRC-GO), Sucena Hummel; a presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa Idosa (CEDPI), Biany Lourenço; e a gerontóloga Adriana Silveira. As convidadas reforçaram a necessidade de estrutura administrativa para tornar efetivas as políticas voltadas à terceira idade.
Sucena chamou atenção para os entraves orçamentários enfrentados pelos municípios, mas defendeu a criação das secretarias como forma de garantir foco e continuidade às ações. “Ter uma equipe dedicada exclusivamente a essa área significa buscar projetos específicos e sustentáveis”, avaliou.
Já Biany Lourenço destacou que muitas pautas essenciais para a qualidade de vida da pessoa idosa, como acesso à saúde, previdência e combate à violência, ainda são tratadas de maneira periférica. “A criação dessas secretarias é uma forma de dar força para que essas políticas deixem de ser secundárias”, disse.
Adriana Silveira acrescentou que os conselhos municipais também precisam ser valorizados e integrados à formulação das políticas públicas. “É por meio dessas estruturas que os direitos da pessoa idosa ganham voz e, de fato, são colocados em prática”, pontuou.