O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), recuou da decisão de realizar o lançamento de sua pré-candidatura à presidência da República no estacionamento da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) e confirmou a volta do evento ao Centro de Convenções de Salvador (CCS). A mudança ocorre após alertas jurídicos sobre o uso indevido de um prédio público e pressões internas dentro do próprio partido.
Marcado para a próxima sexta-feira (4), o ato marca o pontapé oficial da pré-campanha de Caiado para as eleições de 2026. A realização do evento na Alba havia sido anunciada no início da semana, em meio à tentativa de suavizar o caráter político do encontro, diante de apelos de parte da cúpula do União Brasil, que defendia um formato mais institucional — limitado à entrega do título de cidadão baiano e da comenda 2 de Julho ao governador.
Caiado, no entanto, resistiu às sugestões de adiamento ou esvaziamento do lançamento e manteve a estratégia de nacionalização de seu nome. A equipe de comunicação já havia preparado materiais com o slogan “Coragem para Endireitar o País”, que serão exibidos durante o evento. Um card com o convite chegou a ser publicado nas redes sociais com a Alba como local, mas foi retirado do ar horas depois.
A retirada coincidiu com a intensificação de alertas de seus assessores jurídicos, que apontaram o risco de nova contestação por uso eleitoral de estrutura pública. A preocupação aumentou diante do histórico recente: Caiado foi condenado por abuso de poder político pelo Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO) justamente por usar o Palácio das Esmeraldas em ato de apoio a Sandro Mabel, então candidato do União Brasil à Prefeitura de Goiânia. O recurso contra essa decisão será julgado no próximo dia 8 de abril.
Com o retorno ao CCS, a organização do evento prevê espaço para cerca de 3 mil pessoas, com possibilidade de ampliação da estrutura, caso haja necessidade. O ato deve reunir aliados de diversas regiões do país e tem o objetivo de firmar a imagem de Caiado como um nome competitivo da centro-direita para a sucessão presidencial.