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Agrodefesa alerta para risco de raiva na divisa com MG e MS

Casos confirmados em Carneirinho (MG) mobilizam força-tarefa interestadual. Vacinação, captura de morcegos hematófagos e notificação são medidas fundamentais de prevenção


Avatar Por Redação Tribuna do Planalto em 07/05/2025 - 16:29

Os locais de captura são escolhidos a partir de notificações de espoliação e por meio de fiscalizações e vigilâncias realizadas pelos fiscais estaduais agropecuários (Fotos: Agrodefesa)

Diante da confirmação de dois casos de raiva dos herbívoros no município de Carneirinho (MG), próximo à divisa com Goiás e Mato Grosso do Sul, a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) alerta produtores rurais da região para reforçarem ações de prevenção contra a doença. A atuação faz parte de uma força-tarefa conjunta com o Instituto Mineiro de Defesa Agropecuária (IMA) e a Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal do Mato Grosso do Sul (Iagro).

Durante uma live promovida pelos três órgãos, técnicos alertaram e reforçaram sobre os riscos da raiva, sintomas da doença nos animais e medidas que devem ser adotadas diante da suspeita de casos ou da presença de morcegos hematófagos da espécie Desmondus rotundus, principais transmissores do vírus.

O vídeo completo da live, que traz esclarecimentos técnicos e respostas às principais dúvidas dos produtores, está disponível no YouTube e pode ser acessado pelo link: https://www.youtube.com/watch?v=1g8WApELuJE. Além do fiscal agropecuário da Agrodefesa Fábio Leal, responsável pelas Unidades Operacionais Locais (UOLs) da Agrodefesa em Itajá, Itarumã e Lagoa Santa, participaram da live Fábio Shiroma (Iagro) e Luiza Barnabé de Oliveira (IMA).

Segundo Fábio Leal, os casos confirmados em uma ovelha e uma vaca acendem o alerta para os produtores da região do Rio Paranaíba e afluentes. “Estamos com atenção redobrada especialmente nas propriedades próximas às margens do Rio Aporé e do Paranaíba. O povoado de Olaria da Fumaça, em Itajá, por exemplo, fica a apenas 16 quilômetros de uma das fazendas onde a doença foi confirmada. A proximidade exige vigilância constante”, destaca.

Após os casos confirmados, fiscais do IMA realizaram capturas de morcegos hematófagos na região e identificaram diversos abrigos. O mesmo está sendo feito pelos fiscais de Goiás. A orientação aos produtores é clara: notificar qualquer possível colônia de morcegos, especialmente em locais como casas abandonadas, pontes, cavernas e cisternas. “É fundamental que a população não espante os morcegos. Isso pode espalhar a colônia e dificultar o controle. A recomendação é apenas notificar as equipes responsáveis, para que sejam tomadas as providências corretas”, reforça Fábio Leal.

Prevenção
As atividades de captura de morcegos hematófagos e de monitoramento de abrigos integram o Programa Estadual de Controle da Raiva dos Herbívoros (PNCRH), desenvolvido com o objetivo de prevenir e reduzir a incidência da doença, que é uma zoonose fatal e pode causar prejuízos econômicos e prejudicar a saúde humana.

As ações são desenvolvidas em todo o estado de Goiás, com foco principalmente nos municípios de maior risco para a doença. Uma vez capturados, os morcegos são tratados com uma pasta à base de substância anticoagulante, que provoca a morte desses animais. É importante ressaltar que isso é feito para poder realizar o controle populacional, evitando, assim, a exposição de rebanhos e da população ao vírus da raiva mediante a transmissão pelos morcegos hematófagos. Por meio do controle, a estratégia é evitar a disseminação da raiva em Goiás.

Os locais de captura são escolhidos a partir de notificações de espoliação e por meio de fiscalizações e vigilâncias realizadas pelos fiscais estaduais agropecuários. Esses profissionais identificam locais propícios para a instalação de colônias, com presenças de morcegos hematófagos, e os abrigos são cadastrados para que possam ser monitorados periodicamente. Além disso, é verificada a evolução da população desses animais nos abrigos para saber se há circulação de raiva.

A raiva dos herbívoros é uma doença viral fatal que pode acometer bovinos, equídeos (equinos, muares e asininos), caprinos e ovinos. Os sintomas incluem andar cambaleante, salivação excessiva, decúbito (animal deitado sem conseguir se levantar), pedaladas involuntárias e isolamento do rebanho. A evolução da doença geralmente ocorre entre 3 a 7 dias, levando à morte do animal. A zoonose também representa risco à saúde humana e, por isso, é essencial que ninguém tenha contato direto com saliva ou sangue de animais com sintomas suspeitos.

Imunização
O diretor de Defesa Agropecuária da Agrodefesa, Rafael Vieira, lembra que a principal forma de prevenção é a vacinação dos rebanhos. “A vacinação anual ainda é obrigatória nos municípios classificados como de alto risco. Neste momento, estamos na última etapa da vacinação obrigatória contra a raiva em Goiás, que vai até o dia 15 de junho, em 119 municípios considerados de alto risco para a doença no Estado”, orienta.

Rafael reforça ainda que a notificação de casos suspeitos ou confirmados não resulta em multa nem em interdição da propriedade. “Pelo contrário, a notificação é um ato de responsabilidade. Ela permite que as autoridades adotem medidas sanitárias rapidamente, evitando prejuízos econômicos e protegendo a saúde pública”, orienta.

Para o presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos, a atuação integrada entre os estados é fundamental para o enfrentamento da raiva dos herbívoros, especialmente em áreas de divisa. “A raiva é uma doença silenciosa, mas devastadora. A comunicação entre os órgãos de defesa agropecuária e os produtores é nossa maior aliada. A prevenção, com vacinação e vigilância ativa, é o caminho mais eficaz para proteger a produção agropecuária e evitar a disseminação da doença”, enfatiza.

Ele complementa que a Agrodefesa mantém equipes de vigilância em campo e reforça que qualquer produtor que identificar sinais clínicos suspeitos ou abrigos de morcegos hematófagos deve procurar imediatamente as unidades operacionais locais da Agência ou entrar em contato por meio do 0800 646 1122.

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