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Caiado vai à Justiça contra greve dos servidores da UEG

Governo pede declaração de ilegalidade antes do início da paralisação e multa diária de R$ 100 mil; servidores mantêm greve


Avatar Por Redação Tribuna do Planalto em 10/07/2025 - 17:30

Caiado UEG
Foto/reprodução: SECOM Governo de Goiás

O Governo de Goiás, Ronaldo Caiado, acionou o Tribunal de Justiça nesta quarta-feira, 10 de julho de 2025, contra a greve dos servidores técnicos da Universidade Estadual de Goiás (UEG), marcada para as 14 horas do mesmo dia. O pedido é para que a Justiça declare a greve inconstitucional antes mesmo de seu início, com exigência de retorno imediato ao trabalho sob pena de multa diária de R$ 100 mil.

Em nota divulgada no final da tarde, os servidores da UEG confirmaram que teve início hoje a greve greve que pede a aprovação do Plano de Cargos e Remuneração (PCR). Com início oficial às 14h, os servidores fizeram um ato em frente a sede administrativa da universidade, em Anápolis. O movimento é apoiado pelo Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público de Goiás (Sindipúblico), representante legal da categoria.

Durante o ato desta quinta-feira, o presidente do Sindipúblico, Nylo Sérgio, destacou que a greve foi deliberada com todos os servidores e seguiu os ritos da legalidade. Amanhã, 11 de julho, está marcado um novo ato, às 9h, para pressionar o executivo estadual a atender as demandas da categoria.

“Cumprimos todos os ritos processuais desde o ínicio das nossas negociações. Essa é uma luta justa, onde os servidores de todos os campus da universidade puderam debater as tratativas até se esgotarem as possibilidades de negociação com o estado e formalizar o indicativo de greve”, pontuou o presidente do Sindipúblico.

Reivindicações ignoradas

Entre os dias 9 e 17 de junho, o Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público do Estado de Goiás (Sindipúblico), que também representa os técnicos-administrativos da UEG, realizou assembleias nos campus da universidade, respeitando todas as normas legais. A pauta principal da categoria é a implementação de um plano de carreira com gratificação por titulação, visto que muitos servidores possuem especialização, mestrado ou doutorado sem receber nenhum valor adicional por isso.

O anteprojeto de lei, conhecido como PCR, foi aprovado pelo Conselho Superior da UEG, que garante ter recursos suficientes em seu orçamento anual para cobrir os novos direitos solicitados. Foi criado um grupo de trabalho com membros da reitoria, da categoria e do Governo de Goiás, mas as negociações não avançaram. A Secretaria de Administração, responsável por coordenar a mesa de negociação, alegou falta de recursos e impacto negativo nas contas públicas, o que resultou na suspensão dos diálogos.

Diante do impasse, os técnicos da universidade decidiram deflagrar greve com início nesta quarta-feira, 10 de julho.

Justificativas do governo

Na ação judicial, a Procuradoria-Geral do Estado alega que o Sindipúblico não participou das negociações sobre o PCR e, por isso, não teria legitimidade para convocar a greve. No entanto, o próprio governo não teria feito convite formal ao sindicato para participar das discussões.

O governo sustenta ainda que as negociações não foram encerradas, mas apenas suspensas para não comprometer o Regime de Recuperação Fiscal de Goiás. Os técnicos da UEG, por sua vez, destacam que o próprio governador Ronaldo Caiado costuma afirmar publicamente que o Estado tem R$ 15 bilhões em caixa, fruto do regime fiscal adotado.

Na ação civil pública, o governo também argumenta que a greve causará prejuízos aos calouros aprovados no último vestibular da UEG, que precisam seguir o calendário acadêmico para efetivar as matrículas.

Apesar da ação judicial, os servidores técnicos mantêm a greve e afirmam que continuarão pressionando o Governo Caiado até que o plano de carreira seja aprovado.

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