Nesse difícil processo de escolha do vice de Sandro Mabel, pré-candidato a prefeito de Goiânia pelo União Brasil, chamou atenção a reação dos vereadores do MDB à articulação do deputado estadual Bruno Peixoto para emplacar alguém ligado a ele na chapa.
Por terem perdido a cabeça de chapa para o UB os emedebistas consideram legítimo que o vice seja do MDB. Todavia, legitimidade cada uma tem a sua: Bruno Peixoto por ter sido impedido de ser o candidato; Gustavo Mendanha, que filiou a esposa Mayara no PL para também disputar a cadeira, por ser campeão de votos, e por aí vai.
Sandro Mabel afirma que a escolha vai ter como base uma pesquisa com a população, coisa inédita – creio que no país. E que não me parece coerente com o processo de composição de uma chapa, que busca sempre agregar forças. A despeito do que Goiânia passou com a morte de Maguito Vilela, o vice é uma figura decorativa. E quanto mais decorativa, melhor vice.
Mabel se dispôs a conversar com os vereadores do MDB, mas para o pleito deles ele tem duas respostas: o MDB já vai ser contemplado com o governo de Goiás quando Caiado sair para ser candidato a presidente. “Em uma composição, não se pode querer tudo”, disse à Tribuna do Planalto.
A segunda vem de uma pessoa que conhece bem o parlamento e sabe como funciona: “cargo não é tudo”, diz Mabel. Ele sabe que os parlamentares de todos os três níveis se movimentam em busca de cargos. Se contemplados, se tornam reféns do Executivo; se não, é o Executivo que se torna refém deles. No caso, cargo é tudo, sim.
Pelas declarações de Mabel, o vice não será do MDB, mas, na verdade, nenhuma articulação tem força para indicar o vice. Ele vai sair do colete de Caiado, e ninguém vai se opor, nem Bruno, nem Gustavo e muito menos os vereadores do MDB.