À frente da Prefeitura de Aparecida desde abril de 2022, quando Gustavo Mendanha se desincompatibilizou para disputar o governo do Estado, Vilmar Mariano se prepara para tentar a reeleição. Seu grande trunfo é o apoio de Mendanha, que foi o prefeito mais bem votado em 2020; ele conta também com um acordo entre MDB e União Brasil, que traria o apoio do governador Ronaldo Caiado à sua propositura. Mariano retornou ao MDB recentemente. O prefeito afirma que já tem negociações com o PSD, o PT e o Republicanos e que o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro à candidatura do deputado Professor Alcides não deve atrair todos os votos da direita em Aparecida, haja vista que ele é um político de centro-direita. Administrativamente, ele defende que a cidade avançou muito em todas as áreas, especialmente na Saúde, que se tornou independente da capital.
Andréia Bahia
TRIBUNA DO PLANALTO – O Mutirão de Aparecida completa, em dezembro, sua 41ª edição. Por que o senhor optou por essa forma de prestação de serviço?
Vilmar mariano – O mutirão é uma coisa histórica, Iris Rezende fez o mutirão 70 anos atrás e é um modelo que tem dado certo, porque é a aproximação do poder com a população. Às vezes as pessoas se sentem muito longe do poder público e o mutirão faz essa aproximação e prestamos um serviço em massa. Por exemplo, vamos estar no Jardim Alto Paraíso e em toda aquela região, Dom Bosco, Vila Romana, Delfiori, Cascata, em muitos bairros durante 15 dias. Pegamos todo o staff da prefeitura e levamos para prestar um serviço com mais intensidade. Todo serviço que é necessário naquela região nós levamos.
O mutirão vai ser uma das marcas da sua administração?
Na verdade, o mutirão é a marca do Iris Rezende, ninguém tira isso dele. Nós só fazemos implementar o que Iris implantou no Estado de Goiás. A marca da minha gestão é a marca da humildade, do trabalho, do desenvolvimento da cidade. Estamos com com a possibilidade, ainda em dezembro, de fazer uma maternidade aqui, já adquirimos o Hospital Garavelo para fazer. Asfaltar todas as ruas habitadas na cidade de Aparecida de Goiânia, é outra marca que eu quero deixar neste meu mandato, baixar o número de vagas de reserva nos Cmeis e escolas. Não tem uma marca que eu queira deixar, mas um serviço de qualidade para a população.
Qual foi a importância da transferência da Colônia do Regime Semiaberto para Aparecida de Goiânia?
Essa já é uma marca do meu governo. A retirada do Semiaberto é um sonho antigo, da época em que foi instalado, em 2002, e já em 2005 já sonhávamos tirá-lo daqui. O Semiaberto vai dar lugar para novas empresas que vão gerar mais de 30 mil empregos. Qual é o grande gargalo de qualquer gestor público? Geração de emprego e renda, e é o que estamos buscando aqui. Eu quero me consolidar como prefeito do povão; isso que eu sou mesmo, é o meu jeito; eu gosto de gente, de estar no meio; e é isso que espero que eu consiga fazer.
Muitas empresas têm mostrado interesse em se instalarem em Aparecida. O que o município pode oferecer a essas empresas?
Nós oferecemos segurança política, porque é uma cidade muito bem contextualizada em suas forças políticas; uma cidade que é muito bem localizada, tanto para o Sul, Nordeste, Norte; e é isso que os empresários buscam. Vamos construir, exatamente ao lado do Distrito Agroindustrial Norberto Teixeira (Dianot), um aeroporto em parceria com a iniciativa privada. Isso atrai os empresários para cá: a segurança política e a estrutura que oferecemos. Além disso, a burocracia de Aparecida é muito rápida, não existe muita burocracia para abertura de empresa, essas coisas são muito rápidas. Isso também atrai o investidor para Aparecida de Goiânia. O nosso objetivo é que várias outras empresas se instalem aqui e já pedi um estudo para desapropriar uma grande área, de 40 alqueires, perto do Cepaigo para instalar várias empresas lá. Acho que a geração e renda é o grande gargalo para a cidade se consolidar como uma das maiores cidades do país, uma cidade próspera que realmente tem feito um papel importante na geração de emprego e renda.
Um dos problemas na atração de empresas é a escassez de mão de obra minimamente qualificada. A prefeitura tem alguma proposta para qualificar mão de obra?
A Secretaria de Trabalho de Aparecida tem um programa que se chama Qualifica Aparecida, voltado àquelas pessoas que queiram entrar no mercado de trabalho. A mão de obra tem evoluído muito, mas ainda falta melhorar muito. O Qualifica Aparecida é exatamente para preparar o cidadão para estar no mercado de trabalho.
A prefeitura tem parceria com o Sistema S para qualificar mão de obra?
Tem e tem nos ajudado muito. Além da nossa secretaria, tem ainda a parceria com o Sistema S que nos ajuda muito, assim como o Sebrae, que tem nos ajudado a conduzir a qualificação de mão de obra.
Anápolis se consolidou como pólo farmoquímico. Aparecida tem algum nicho em que tende ser mais forte?
Não. Aparecida é uma cidade diversa e diversas empresas se instalam aqui. É essa diversidade que coloca Aparecida hoje muito próximo de Anápolis para ser o segundo PIB do Estado. Trouxemos para cá recentemente HDL Logística, uma grande empresa de distribuição de medicamentos, e todas as empresas que vêm para Aparecida são bem-vindas e a diversidade é o nosso carro-chefe.
O senhor está em tratativa com outros países, como a China, para atrair novas empresas para o município. O que há de concreto nessas negociações?
Recebemos aqui o grande investidor chinês Li Xiabo, que atua no ramo da construção civil, e ele disse que estamos namorando, vamos casar e fazer uma grande parceria. Palavras dele. Eu creio que a China vem para cá, nos ajudar a crescer mais ainda na nossa cidade. Nós enviamos à China os secretários municipais Felismar Martins e Einstein Paniago e o deputado estadual Veter Martins na missão chefiada por Daniel Vilela para fazermos parcerias importantes para o crescimento da nossa cidade.
Aparecida de Goiânia independe do sistema de saúde da capital?
Graças a Deus o sistema de saúde de Aparecida está indo muito bem, graças ao grande gestor que temos na Saúde, o médico Alessandro Magalhães, um secretário extraordinário que é secretário desde a época do ex-prefeito Gustavo Mendanha e continua, fazendo uma gestão de excelência. O nosso grande orgulho é o Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia (HMAP), segundo melhor hospital público do país. Estamos adquirindo o Hospital do Garavelo para fazer uma grande maternidade, porque Aparecida se agigantou e a maternidade não comporta mais o tamanho da nossa população. O Hospital Garavelo também tem um bloco ao lado, onde vamos criar a Saúde da Mulher e no HMAP vamos criar um Centro Oncológico, que até o mês de maio já vai estar em funcionamento, onde serão realizados os procedimentos de radioterapia e quimioterapia no Centro Clínico e, se houver necessidade de internação, será feita no HMAP. A Saúde está indo muito bem. Estamos reformando todas as UPAs, nos bairros Cândido de Queiroz, Veiga Jardim e Mansões Paraíso; a reforma do Cais Nova Era está a todo vapor, uma referência no nosso município porque está na divisa de Goiânia com Aparecida.
Sobre a fila de espera por vagas nos Cmeis, que o senhor comentou, quando serão abertas novas vagas e quantas serão abertas?
Eu já determinei a minha equipe para fazer estudo e disseram que seria possível abrir mais 2 mil vagas. Nós temos 8 mil vagas na rede privada em convênio com a Secretaria de de Educação e eu determinei que é para abrir 4 mil vagas e vamos fazer cinco novos CMEIs. Estamos caminhando para baixar muito a espera por vagas nos CMEIs e nas escolas do nosso município.
Aparecida está em vias de contratar um empréstimo de U$ 150 milhões junto ao Banco dos Brics. Isso pode vir a comprometer as finanças do município e a que esse recurso será destinado esse recurso?
É basicamente para infraestrutura e não compromete as finanças do município, tendo em vista que é um empréstimo internacional e para contrair esse empréstimo o município precisa passar por uma sabatina para ver a sua saúde financeira. Aparecida está muito bem, tanto é que além do Banco dos Brics a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil têm nos procurado para saber do interesse do município em contrair mais empréstimo. Com esse que contraímos vamos conseguir asfaltar todas as ruas habitadas do nosso município.
O senhor tem a intenção de realizar algum concurso público?
Estamos nos preparando para fazer concurso público na área da Educação, na Superintendência Municipal de Trânsito e Transporte, de Vigilância Sanitária ainda este ano, mas sobretudo na Educação, onde existe um número muito grande de professores que estão se aposentado e o concurso público vai acontecer no ano que vem
Caso o senhor seja reeleito, em quais áreas o senhor pretende avançar?
Eu estou pensando sobre o que vou fazer no segundo mandato. E eu quero continuar avançando tanto na área da Saúde, Educação, Infraestrutura, Desenvolvimento Urbano e em tecnologia também. Acho que vou avançar naquilo que o Gustavo (Mendanha) sempre sonhou, colocar Aparecida no trilho da tecnologia. Acho que essas cinco secretarias vão ter um trabalho muito especial e muito específico na minha nova gestão, caso seja reeleito.
O senhor acredita que terá o apoio do governador Ronaldo Caiado?
Não tenho dúvida nenhuma, o governador é um grande parceiro da cidade de Aparecida de Goiânia; o vice-governador, Daniel Vilela, tem base política muito forte em Aparecida de Goiânia; eu estou no MDB e existe um acordo no qual onde o MDB estiver a União Brasil vai estar. Não tenho dúvida nenhuma de que o governador vai estar conosco, Daniel Vilela, Gustavo Mendanha, Veter Martins e todas as lideranças de Aparecida de Goiânia. Hoje eu já conto com 14 partidos na nossa base.
O PSD deve apoiar o senhor, já está negociado com o senador Vanderlan Cardoso? Como estão as negociações com Alexandre Baldy, do PP? Quais os outros partidos da base do governador que irão apoiá-lo?
O governador ainda não disse que vai me apoiar, mas a união entre o União Brasil e o MDB me faz acreditar que ele pode estar conosco. E tantos outros; com o PT já está apalavrado com a Adriana (Accorsi) e o Rubens Otoni; o Republicanos vai estar conosco; eu estou no MDB; o Patriota, da deputada Magda Mofatto, vai estar conosco. Enfim, são muitos partidos e não dá para citar todos porque com uns faltam alguns ajustes, mas temos o PV conosco, o PCdoB. Temos 15 partidos na nossa coligação para o ano que vem.
Já existe alguma discussão sobre quem pode ser o candidato a vice?
Qualquer partido que está na nossa coligação pode indicar um vice, porque todos eles têm nomes espetaculares. A escolha vai se dar na convenção eleitoral, em julho do ano que vem. Nessa data vamos definir o vice que vai compor nossa chapa
O deputado Professor Alcides certamente terá o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro. Qual a influência do ex-presidente em Aparecida de Goiânia?
O ex-presidente Jair Bolsonaro tem força política aqui, mas eu também tenho. Posso não não ser o candidato do Bolsonaro, mas tenho muito voto da direita, porque sou de centro-direita. E não acredito que essa polarização nacional chegue aos municípios, mas temos que esperar o período eleitoral para saber.
Gustavo Mendanha participou do último mutirão. Foi uma sinalização de engajamento dele em sua campanha?
Meu governo é um governo de continuidade, é um governo que é do Gustavo Mendanha. Todo o meu secretariado foi escolhido pelo Gustavo Mendanha, que é um grande parceiro da cidade de Aparecida e vai estar comigo. Não é sinalização, não. Ele já está conosco na nossa pré-campanha.