Um exame de sangue desenvolvido por cientistas do Karolinska Institutet, na Suécia, pode diagnosticar Alzheimer até 10 anos antes de qualquer sintoma aparecer. A inovação utiliza biomarcadores sanguíneos para identificar alterações no cérebro associadas à doença, particularmente em uma forma hereditária rara, representando menos de 1% dos casos.
A pesquisa, publicada na revista Brain, detalha o uso da proteína GFAP, que reflete mudanças no cérebro antes do acúmulo da proteína tau, mais conhecida como indicativa da doença. O estudo analisou amostras de sangue de 33 pessoas com mutação genética e 42 sem a predisposição herdada, entre 1994 e 2018. Os resultados mostraram que a GFAP aumentou aproximadamente 10 anos antes dos primeiros sintomas da doença, sinalizando alterações cerebrais iniciais.
Para os pesquisadores, esse avanço pode oferecer um método não invasivo para o diagnóstico precoce de Alzheimer, possibilitando tratamentos mais eficazes que retardem o avanço da doença. A pesquisa também traz implicações para o desenvolvimento de novos medicamentos.
Atualmente, 55 milhões de pessoas no mundo vivem com demência, sendo entre 60% a 70% com Alzheimer, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Com o envelhecimento da população, os números devem crescer substancialmente, o que torna o diagnóstico precoce ainda mais crucial. Identificar a doença em estágios iniciais pode garantir uma vida com maior qualidade ao paciente, retardando sua progressão.