Goiânia chega aos 90 anos com a marca de cidade que cresceu mais do que o combinado – pelo menos o combinado inicial, para usar um goianês fluente. Evidentemente, esse crescimento trouxe muitos desafios para a definição e implementação de políticas públicas, especialmente aquelas relacionadas com os aspectos urbanísticos, como drenagem, mobilidade e meio ambiente.
Para que as políticas públicas tenham efetividade, é necessário que elas sejam voltadas, fundamentalmente, para combater a concentração de renda. Estudos realizados pelo Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat) apontam Goiânia como a cidade desigual da América Latina. A capital goiana aparece à frente das outras quatro cidades brasileiras que integram o ranking: Fortaleza (CE), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF) e Curitiba (PR).
Os pesquisadores usam a metodologia do Índice de Gini, utilizado em escala mundial pela ONU e outros organismos internacionais para avaliar diferentes indicadores entre os países e os continentes.
São quatro os fatores que compõem o índice da desigualdade: renda per capita, nível educacional, expectativa de vida e pobreza multidimensional. Este, por sua vez, leva em conta indicadores como acesso à saúde, qualidade de vida e de serviços de transporte, lazer, saneamento e segurança, entre outros.
Esse 24 de outubro é uma data para celebrar a vida em um aglomerado com qualidade de vida e taxa de arborização bem superior à maioria das cidades brasileiras, mas também de refletir sobre a cidade que queremos no futuro e o que é preciso fazer para alcança-la.