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Investimentos da Prefeitura de Goiânia despencam 62% no primeiro quadrimestre de 2025

Sandro Mabel durante prestação de contas na Câmara: “Não estamos investindo. Vamos fazendo aos poucos o que é possível"


Lucas de Godoi Por Lucas de Godoi em 29/05/2025 - 09:59

Investimentos da Prefeitura de Goiânia despencam 62% no primeiro quadrimestre de 2025
Prefeitura freia obras públicas no primeiro quadrimestre, mesmo com recursos em caixa (Foto: Divulgação)

Os investimentos realizados pela Prefeitura de Goiânia no primeiro quadrimestre de 2025 somaram R$ 74,1 milhões, uma queda de 62,68% em comparação ao mesmo período do ano passado, quando foram aplicados R$ 198,8 milhões. Os dados foram apresentados nesta semana durante a prestação de contas da gestão do prefeito Sandro Mabel (UB) na Câmara Municipal, que demonstrou superávit de mais de R$ 705 milhões.

A retração, que representa R$ 124 milhões a menos em obras, infraestrutura e aquisição de bens e serviços duráveis, foi atribuída por Mabel à crise financeira enfrentada pelo município.

“Tivemos um investimento mais baixo do que o ano passado. Por quê? Porque nós não estamos investindo. Num momento difícil como esse, não existe investimento. É pouco o investimento que estamos fazendo, pontualmente. Uma coisa faz um buraco, arruma outro. Vai fazendo aos poucos, o que permite que a gente consiga fazer”, declarou.

A atual gestão assumiu a Prefeitura de Goiânia com cerca de R$ 100 milhões em caixa dos recursos do empréstimo contraído pelo ex-prefeito Rogério Cruz (Solidariedade). A administração passada recebeu a primeira fatia da operação de crédito, na ordem de R$ 127 milhões, mas não chegou a desembolsar grande parte dos recursos.

Além da redução nos aportes, Sandro destacou que a administração municipal utilizou R$ 38 milhões para amortização da dívida pública, o que justificaria, segundo ele, a limitação para novos investimentos.

Recurso em caixa

A explicação, no entanto, contrasta com o saldo positivo apresentado pela própria gestão: R$ 705,5 milhões em caixa e aumento nas receitas tributárias em 2025, incluindo crescimento em impostos como IPTU, ISS e IRRF.

A queda nos investimentos reforça a crítica da oposição quanto à priorização da Prefeitura com aplicação de verbas em iniciativas como a Pecuária de Goiânia, que custou cerca de R$ 10 milhões com recursos próprios do Tesouro, e se soma ao embate travado entre Executivo e órgãos de controle sobre o suposto “estado de calamidade financeira” defendido por auxiliares de Mabel.

O Tribunal de Contas dos Municípios (TCM-GO) já afirmou que não há elementos que sustentem o decreto de calamidade, posição reforçada por parlamentares de oposição e também do presidente da Comissão Mista da Câmara, vereador Cabo Senna (PRD).

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