A Justiça Eleitoral de Trindade determinou nesta segunda-feira (23) o afastamento dos secretários Frank Carvalho, titular da Comunicação, e Gustavo Queiroz, responsável pela Saúde, após ambos serem implicados em uma investigação sobre suposta tentativa de compra de apoio político. A ação foi movida pela coligação encabeçada pelo deputado estadual George Morais (PDT), candidato à Prefeitura de Trindade, que acusa os secretários de tentar subornar um candidato a vereador.
Segundo a denúncia, os secretários teriam oferecido R$ 20 mil e cargos comissionados a Thiago Campos, candidato a vereador pelo partido Agir, para que ele desistisse de sua candidatura e apoiasse a reeleição do atual prefeito, Marden Júnior (União Brasil). As acusações são baseadas em gravações e conversas via WhatsApp, que foram anexadas ao processo.
O juiz Ailton Ferreira dos Santos Júnior, responsável pelo caso, determinou o afastamento imediato dos secretários, justificando que a permanência deles em suas funções poderia comprometer a lisura do processo eleitoral. Em sua decisão, o magistrado destacou que, apesar de o suposto suborno não ter sido concretizado, os indícios apontam para abuso de poder econômico e tentativa de captação ilícita de votos.
“O risco à normalidade e legitimidade do processo eleitoral é evidente, e a permanência dos envolvidos em cargos públicos, neste momento, pode comprometer a moralidade da campanha eleitoral”, ressaltou o juiz em seu despacho.
Os investigados têm um prazo de cinco dias para apresentar suas defesas. Caso as acusações sejam confirmadas, o prefeito Marden Júnior e seu vice, Juan Freire (MDB), podem ter suas candidaturas cassadas, além de enfrentar multas e outras sanções eleitorais.
Prefeitura de Trindade diz que decisão será cumprida
Em nota, a Prefeitura de Trindade informou que foi notificada da decisão judicial e que irá cumpri-la. O comunicado reitera que os secretários afastados irão se defender para reverter a liminar. A administração municipal argumentou que as denúncias têm caráter político e visam desestabilizar a gestão durante o período eleitoral.
“Entendemos que, durante o processo eleitoral, os adversários buscam criar as mais variadas denúncias para tentar desestabilizar a administração. No entanto, acreditamos na Justiça Eleitoral e estamos confiantes de que a liminar será revertida”, afirma a nota.