Skip to content

Ministro da Saúde recebe relatório sobre colapso na saúde de Goiânia entregue por Aava Santiago


Avatar Por Redação Tribuna do Planalto em 21/03/2025 - 18:02

Aava Santiago entrega demandas a ministro da Saúde, Alexandre Padilha (Foto: Divulgação)

Em meio a um cenário alarmante na saúde pública de Goiânia, a vereadora Aava Santiago (PSDB) esteve em Brasília na noite desta quinta-feira (20) para uma reunião com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT). No encontro, a parlamentar apresentou um relatório crítico sobre a situação das maternidades públicas da capital e solicitou apoio emergencial do governo federal para evitar o colapso total do sistema.

“A situação é insustentável. Gestantes estão sendo desassistidas, bebês estão nascendo sem suporte adequado e os profissionais de saúde estão sobrecarregados. Não é uma crise pontual, é um problema estrutural que exige resposta imediata do governo federal”, alertou Aava, ao reforçar que as maternidades da capital goiana estão “à beira do colapso”.

Desde dezembro de 2024, as três principais maternidades públicas de Goiânia — Hospital e Maternidade Dona Iris (HMDI), Maternidade Nascer Cidadão (MNC) e Hospital Municipal da Mulher e Maternidade Célia Câmara (HMMCC) — operam exclusivamente com atendimentos de urgência e emergência. O motivo é um corte orçamentário de 40% imposto pela Prefeitura de Goiânia, o que comprometeu drasticamente o funcionamento das unidades.

A consequência tem sido o fechamento de leitos de UTI neonatal, bloqueio de leitos no Hospital Dona Iris, escassez de insumos básicos e a suspensão de serviços essenciais como exames neonatais, consultas eletivas e até mesmo o tradicional teste do pezinho.

Alerta nas maternidades e pedido de intervenção

Durante a reunião com o ministro Padilha, Aava entregou um dossiê com as demandas mais urgentes do município e solicitou:

  • Repasse emergencial de recursos para manter as maternidades em funcionamento;
  • Estudo de viabilidade para federalização da gestão das unidades;
  • Mediação entre a Prefeitura de Goiânia e a FUNDAHC (entidade que administra parte da rede de saúde municipal);
  • Auditoria federal para avaliar a real situação da crise e possíveis irregularidades na gestão local.

“Não podemos permitir que vidas sejam colocadas em risco por falta de gestão ou disputas políticas. Essa crise precisa de uma solução imediata para evitar uma tragédia irreversível”, cobrou a vereadora.

A situação mais delicada envolve a Maternidade Célia Câmara. Após a implementação de um novo plano de trabalho da FUNDAHC, a unidade deve passar por uma reestruturação que prevê o funcionamento com apenas 50 leitos por regulação, a extinção de serviços como Banco de Leite, Centro de Parto Normal (CPN) e atendimentos ambulatoriais, além da suspensão dos atendimentos de emergência. O enxugamento resultará, segundo funcionários, na demissão de milhares de profissionais.

“Essa reestruturação também resultará na demissão de milhares de trabalhadores, deixando menos de 300 profissionais na unidade”, denunciou uma funcionária da maternidade, que pediu anonimato.

Além da crise nas maternidades, Aava também levou ao Ministério da Saúde outras demandas urgentes. Uma delas é o pedido de investimento para a expansão do serviço de radioterapia do Hospital Araújo Jorge, referência no tratamento de câncer em Goiás.

“O Hospital Araújo Jorge presta um serviço essencial para milhares de pacientes com câncer. Garantir essa ampliação significa salvar vidas”, afirmou a parlamentar.

Outra solicitação foi a compra de um aparelho de raio X para a Maternidade Nascer Cidadão. Sem o equipamento, gestantes e recém-nascidos têm sido transferidos para outras unidades, o que compromete diagnósticos e coloca vidas em risco.

“É inadmissível que uma maternidade funcione sem um aparelho de raio X. Isso compromete o atendimento e a segurança dos pacientes”, destacou.

Pesquisa