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“O vice precisa ter conhecimento de Goiânia e ser eficiente”

Emedebista desconhece condições que Gustavo Mendanha diz haver para que o prefeito, que é do UB, venha também a representar o MDB na disputa pela reeleição.


Andréia Bahia Por Andréia Bahia em 28/04/2024 - 00:00

Paulo Ortegal - Assessor especial da Governadoria

Paulo Ortegal se colocou à disposição para ser vice na chapa de Sandro Mabel e apresenta como propriedade agregada a seu nome os quase 40 anos que esteve com o ex-prefeito de Iris Rezende. “Com a experiência que tenho e o conhecimento adquirido, especialmente no último mandato do ex-prefeito Iris Rezende, poderia prestar um grande serviço ao nosso prefeito.”
Ortegal foi secretário de Governo nessa época. Ele minimiza o fato de serem do União Brasil os candidatos a prefeito em Goiânia e Aparecida, e afirma que a cidade ser administrada pelo UB ou pelo MDB tem a mesma importância para o partido.

TRIBUNA DO PLANALTO – O senhor é cotado para ser vice de Sandro Mabel na disputa pela Prefeitura de Goiânia. Está em seus planos disputar a eleição como vice?

PAULO ORTEGAL – Embora não tenha pensado nisso, eu sempre atuei na parte de executivo e nunca disputei mandato político, mas pelo fato de morar em Goiânia e ter uma experiência maior, em determinados momentos temos também de dar um pouco de nós para a cidade. Goiânia precisa de uma gestão que possa realmente dar mais conforto e mais tranquilidade aos goianienses. Com base nisso, tem-se falado muito meu nome e também pela minha história dentro do MDB. Sempre fui do MDB, tenho uma ligação muito boa com o vice-governador Daniel Vilela, e também pela minha experiência ao longo de quase 40 anos ao lado do do ex-governador e ex-prefeito Iris Rezende. Isso tem me credenciado junto à população para que eu possa postular essa indicação do MDB, se realmente for a intenção e o interesse do partido, para ser vice do nosso futuro prefeito Sandro Mabel.

Ana Paula Rezende também é cotada para a vaga. Como uma pessoa próxima dela, acredita que ela ainda possa vir a pensar na possibilidade?  

Ana Paula foi inclusive e por várias vezes lembrada até para ser candidata a prefeita. Foi comentado pela população e pelos partidos políticos que ela seria uma excelente candidata a prefeita de Goiânia, com o que eu concordo plenamente, porque a origem dela é a origem do Iris, ela viveu intensamente, ao lado do pai, os últimos anos dele na política, e tem experiência e conhecimento das ações do pai. Não tenho dúvida nenhuma de que, se ela se dispusesse a ser candidata a prefeita de Goiânia, a cidade estaria ganhando. Seria uma boa prefeita, faria uma boa gestão, porque competência e conhecimento ela tem. Mas a informação que tenho e pelas últimas conversas que tive com ela, Ana Paula está descartando isso totalmente, porque não faz parte do projeto dela disputar a eleição este ano. Citam o nome dela para candidata a prefeita e candidata a vice, mas ela já se manifestou por várias vezes dizendo que este ano ela não deve disputar nenhum cargo eletivo.

Ela disse recentemente que preferia entrar na política como o pai dela, como vereador. Ela descartou também a candidatura a vereadora?

Pelas últimas manifestações dela, este ano ela não deve disputar nenhum cargo eletivo. É evidente que isso não a inviabiliza futuramente, até pela pela origem, pela raiz que ela tem do mundo político, o conhecimento de ter convivido muito intensamente com o pai nos últimos anos nas gestões, especialmente na última, na Prefeitura de Goiânia. Ela tem todos os predicados, tem competência, tem carisma e qualquer cargo eletivo que ela pleitear em Goiânia terá o reconhecimento da população pelo trabalho magnífico que o pai dela fez, não só em Goiás e em Goiânia, mas fez inclusive pelo Brasil, quando foi ministro de Agricultura.

Como o senhor avalia o fato de o candidato a prefeito em Goiânia ser do UB e não do MDB, considerando a história do partido à frente da Prefeitura de Goiânia, que só foi interrompida pela morte prematura de Maguito Vilela. O MDB, ao apoiar um candidato de outro partido, não está abrindo mão de um espaço político importante?  

Não, absolutamente. Hoje o MDB faz parte de uma aliança com o governador Ronaldo Caiado; essa aliança se consolidou, temos o vice-governador Daniel Vilela, que faz parte dessa aliança e é o presidente do nosso partido; então, não tem nenhum problema. Pelo contrário, o MDB convive nessa aliança com o União Brasil que tem trazido para Goiás e consequentemente para Goiânia muitos frutos positivos da ação tanto do governador como do vice-governador. Isso não é absolutamente nenhum empecilho. Pelo contrário, a vinculação que temos, com o respeito e com tudo que temos do governador Ronaldo Caiado, teremos uma integração total entre o MDB e o União Brasil, principalmente neste projeto da eleição de prefeito de Goiânia.

Quer dizer que o MDB considera que o espaço ocupado pelo União Brasil é também do MDB? 

Isso seria o ideal. É evidente que em determinadas cidades isso não está acontecendo na plenitude, mas na grande maioria, sim. E a minha ação e a ação dos integrantes do MDB é para fortalecer essa aliança, porque estando o União Brasil e o MDB juntos administrando, quem ganha é a população de Goiás, a população de Goiânia. Eu não vejo nenhum obstáculo e, para nós do MDB, é a mesma coisa estarmos administrando junto com o União Brasil ou administrando só o MDB ou só o União Brasil, porque somos fruto dessa aliança que foi feita e que tem trazido para Goiás tudo que a população tem almejado nos últimos anos, que é um governo sério, competente e realizador. A demonstração está aí, o governador Ronaldo Caiado tem 86% de aprovação, independente de ser o melhor governador em Goiás, ele é o melhor governador do país. Isso para nós é motivo de orgulho como goiano e motivo de satisfação como integrante do MDB; estar participando de um governo que tem feito, está fazendo e vai fazer muito mais para Goiás.

Por que a candidatura de Jânio Darrot (MDB) não deslanchou, na opinião do senhor?

Essas coisas da política, já dizia Ulisses Guimarães: a política é como nuvem, você olha, está de um jeito, está de outro. É um grande quadro do MDB, mas em função desses acontecimentos que só a vida pública reserva para seus integrantes, aconteceu de Jânio Darrot, por decisão própria, abrir mão da candidatura. Mas é um grande quadro para nós, representa um segmento importante do MDB e temos por ele admiração e respeito. Apenas no momento – e entendo que ele também fez essa avaliação – em razão dos problemas de natureza mais política, talvez fosse melhor abrir mão da candidatura, mas reafirmando que é um grande quadro dentro do MDB.

Mas ele abriu mão depois que Caiado convidou Sandro Mabel para ser candidato. Não foi assim?

O governador é o nosso grande timoneiro, ele que está conduzindo essa escolha do candidato a prefeito de Goiânia e que culminou com o Sandro Mabel. Ele, como democrata que é, abriu a discussão, estava falando com um e com outro, procurando aquilo que pudesse trazer para Goiânia um administrador competente, um gestor, e que tivesse afinidade com o governo do Estado, tanto com União Brasil como com o MDB. Em função dessas coisas da própria política foi que Jânio Darrot entendeu que o melhor para o momento talvez seja Sandro Mabel, e nós temos certeza que será. Será um grande candidato e um grande prefeito, tem demonstrado, na vida pública, a sua competência por onde tem passado, a maneira como ele encara os problemas. E Goiânia está precisando de um gestor com experiência que possa administrar uma capital que tem mais de 1,5 milhão de habitantes.

O senhor falou que Caiado é o grande timoneiro das eleições municipais. O senhor concorda com o comando exclusivo do governador nesse processo?

Ele é o comandante e esse comando está compartilhado com o MDB, tanto que o MDB tem a vice-governadoria. Nós concordamos plenamente com o controle do governador, porque o governador, pela aliança que foi feita com o MDB, não temos nenhum problema de convivência, de administração, de trazer o melhor para Goiás, trazer o melhor para Goiânia. Não temos nenhum problema com isso, pelo contrário, queremos é que ele continue administrando igual administra Goiás, podendo também,nessa parceria com o futuro prefeito de Goiânia, fazer uma grande administração em Goiânia.

O vice, na opinião do senhor, tem que ser do MDB para equilibrar os espaços políticos ou pode vir de outro partido da base de apoio do governador?

É evidente que estamos defendendo que o vice seja do MDB, porque é um partido forte, os últimos cinco prefeitos de Goiânia foram do MDB, temos uma grande militância, as ações, especialmente do ex-prefeito Iris Rezende em Goiânia, são muito marcantes e demonstram que o MDB conhece bem os problemas de Goiânia. Nós temos que pleitear a indicação da vice, mas tudo depende do momento político, das alianças, dos entendimentos que vão ocorrer agora até a época da convenção. O MDB tem vários quadros que podemos indicar, temos cinco vereadores, cinco deputados estaduais, temos vários quadros, ou seja, não estou defendendo uma candidatura minha, defendo uma candidatura que seja de um representante do MDB, um partido forte, com a militância muito atuante em Goiânia e com grandes serviços prestados na capital.

Considerando o perfil de Sandro Mabel, o vice teria de ter quais características para potencializar a chapa? 

O vice tem que auxiliar o prefeito, tem que ter conhecimento de Goiânia, conhecimento da administração pública, ter competência e tem que ter dedicação para ser um auxiliar leal ao prefeito Sandro. Porque sabemos que Sandro tem demonstrado, em todos os lugares por onde tem passado, ter competência e conhecimento da vida pública, como deputado federal por quatro mandatos, tem uma bagagem muito grande de conhecimento em Brasília, junto às autoridades do governo federal, para carrear os recursos do governo federal para Goiânia. A ação do vice é auxiliar o prefeito de Goiânia na condução de todos esses problemas inerentes à administração da capital. É evidente que o vice tem que ter conhecimento, competência e saber que a administração pública exige um zelo maior e conhecimento de gestão para que se possa colher os frutos do trabalho que, tenho certeza, será muito forte em Goiânia por parte do nosso candidato e futuro prefeito Sandro Mabel.

Mas esse vice precisa, por exemplo, ser evangélico, vir de alguma região, ser algum profissional específico? Há um perfil preferido para o vice?

Eu acho que tudo isso agrega; Tem-se falado em mulher, evangélico, tem-se falado em alguém que tenha conhecimento da administração pública, que tenha competência, que possa realmente auxiliar o prefeito na condução da máquina, de um projeto ou de um programa de governo arrojado. Todos estes predicados agregam a uma pessoa que possa estar ao lado do prefeito, auxiliando nessas demandas, mas com conhecimento e com competência para que ele possa desenvolver um bom trabalho. Tem que ser evangélico? É bom, é importante. Tem que ser mulher? Também é importante. É um conjunto de atributos que a pessoa tem que ter para desempenhar uma função importante também na administração pública de vice-prefeito de Goiânia.

O presidente do MDB metropolitano, Agendor Mariano, falou em fazer pesquisa para escolher o vice. Esse será um critério?

Eu acho que é mais um critério. Devemos fazer, é importante, é bom ouvir a população. A ação do vice passou a ser importante em função do último mandato e do que aconteceu com o ex-prefeito Maguito Vilela e ficou numa condição de mais observação. Se tiver que fazer pesquisa, vamos fazer pesquisa, escolher o melhor e que seja uma pessoa que tenha compromisso com Goiânia. Se os meios de atestar o conhecimento e a competência são através de pesquisa, vamos fazer, porque quem vai ganhar é Goiânia. E eu reafirmo, não defendo a condução da minha candidatura, mas temos esses quadros no MDB sem nenhuma dificuldade.

O MDB não deve ter candidato próprio em Anápolis, pois Márcio Corrêa não conseguiu apoio do MDB para lançar a candidatura lá, enquanto o UB tem candidatura própria. Isso não reduz a importância do partido?

Nós ainda estamos num processo de composição e temos até o dia 5 de agosto para qualquer entendimento. É muito dinâmica a atividade política e eu prefiro aguardar um pouco mais para ver como isso vai se encaixar lá na frente, como vão ser as candidaturas em Anápolis. De qualquer forma, o MDB não tem nenhuma dificuldade de defender a candidatura do Márcio se tiver outro candidato do União Brasil. Esse entendimento não teria maiores problemas para o MDB.

Em Aparecida, Gustavo Mendanha vem colocando condições para o partido apoiar Vilmar Mariano. Como o senhor vê essa situação? O MDB pode mesmo abrir mão da candidatura do prefeito?

Em Aparecida, pelo que estou sabendo, estamos trabalhando junto com o União Brasil para que o candidato seja o atual prefeito. Dessas condições eu não tenho conhecimento, se há condições para que ele possa ser o candidato. Estamos vendo que ele está trabalhando muito, desenvolvendo um grande projeto de asfaltamento na cidade, tem procurado trazer a administração cada vez mais para próximo da população. A informação que eu tenho é que o atual prefeito com a participação do MDB, com sendo do União Brasil, será o candidato da base no município de Aparecida.

O governador Ronaldo Caiado é um crítico do governo Lula e defensor de Jair Bolsonaro. Já o MDB compõe o governo Lula. Esses posicionamentos vão estar presente na eleição municipal?

Eu não acredito que na eleição municipal haja interferência muito grande do governo federal. O nosso governador será candidato a presidente da República e isso vamos deixar para um segundo momento. Agora estamos voltados para a questão de Goiânia.

Qual a expectativa do MDB para as eleições municipais? Quantos prefeitos pretendem eleger? 

O MDB, como um partido tradicional e um partido forte, a expectativa é que possamos eleger em torno de 80 prefeitos da legenda. Isso vai depender muito do andar daqui para frente. Mas a expectativa nossa é positiva de um número considerável de prefeitos do MDB em todo estado de Goiás.

Na opinião do senhor, as eleições municipais são uma fase das eleições gerais?

Eu acho que a eleição municipal tem componentes próprios, mas é evidente que terá influência na eleição estadual até certo ponto positiva, porque aquele o candidato do partido do prefeito tem mais facilidade com a população. mas quero crer que vamos fazer primeiro a eleição municipal e que eleição estadual, em 2026, será um outro momento, até porque entendo que a atividade política altera, muda um pouco e isso vamos deixar para o segundo momento. Primeiro momento é focado em fazer o maior número de prefeitos, tanto do MDB como do União Brasil, porque hoje estamos em uma aliança entre MDB e União Brasil.

O senhor é considerado um irista de carteirinha. O MDB hoje superou a divisão entre iristas e maguitistas? 

Eu convivi com o ex-prefeito Iris Rezende por quase 40 anos e nós ouvíamos falar disso, mas nunca trouxe nenhum obstáculo. Pelo contrário, tínhamos um entendimento muito bom com todo o pessoal do ex-governador Maguito Villela. É tanto que o vice-governador, o Daniel, tinha um entendimento com Iris, e era recíproco, muito forte. Eu acho que, se lá atrás alguém chegou a falar de uma possível divisão de grupos, isso está absolutamente superado. Hoje, pelo menos na nossa parte, não existe grupo Iris e grupo Maguito. O grupo é do MDB, sob o comando do nosso vice-governador Daniel Vilela. É um grupo só.