O núcleo político do Paço Municipal ofereceu aos vereadores do PL, partido que polarizou a disputa do ano passado contra o prefeito Sandro Mabel (UB), a possibilidade de indicação de cargos na administração municipal. A proposta, conforme apurou a coluna Giro, do Jornal O Popular, prevê uma cota de R$ 15 mil para cada um dos quatro integrantes da bancada da sigla na Câmara de Goiânia, mesmo que continuem atuando de forma independente.
A oferta representa metade do valor disponibilizado aos vereadores que integram a base governista, que conta com uma cota de R$ 30 mil. A movimentação ocorre em meio a uma aproximação entre os parlamentares do PL e a Prefeitura, mas sem compromisso formal de adesão ao governo.
A informação foi confirmada por membros do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, que pretendem agora discutir a proposta com a direção municipal da sigla, presidida pelo deputado federal Gustavo Gayer.
“A oferta foi que, mesmo numa situação de independência, amistosamente o prefeito estava oferecendo alguns cargos técnicos para colaborar com a gestão dele. Não mudaria nada porque ele sabe dessa nossa situação de independência, mas vamos deliberar com a direção do partido”, afirmou um vereador da legenda.
A deliberação do diretório municipal será um fator determinante para a definição do posicionamento dos vereadores em relação à administração de Mabel. A relação entre o prefeito e o PL vem sendo reconfigurada desde o fim das eleições, quando a legenda viu seu candidato, Fred Rodrigues, ser derrotado no segundo turno. Desde então, parte dos parlamentares tem adotado um tom menos oposicionista, o que pode indicar uma transição para um alinhamento mais próximo ao governo.
Nos bastidores, a oferta do Paço é vista como uma tentativa de construir uma governabilidade mais ampla na Câmara, garantindo apoio em pautas estratégicas sem necessariamente promover uma adesão formal do PL à base. Resta saber se a decisão do diretório municipal reforçará esse caminho ou manterá o partido em postura independente.