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Pais e filhos: a importância do núcleo familiar na formação escolar


Avatar Por Redação em 10/05/2021 - 00:00

Por Anna Clelma

O acompanhamento dos pais na educação escolar dos filhos sempre foi essencial para o êxito do estudante. Agora, mais do que nunca, eles assumem um papel fundamental na formação estudantil dos alunos. Isso porque a presença do professor é virtual e quem está ali presencialmente, dando o apoio, é, na maioria das vezes, os pais e as mães. No entanto, a mudança brusca do ambiente escolar para o doméstico trouxe alguns dilemas para a família.

O primeiro desafio foi a quebra na rotina. Famílias inteiras tiveram que reestruturar suas atividades para conciliar trabalho, afazeres domésticos e cuidar dos filhos no período do dia em que antes estavam na escola. Dependendo da idade das crianças e da renda, essa mudança se deu com muita dificuldade.

Outro desafio relatado com frequência pelos cuidadores é a exigência de lidar com aparelhos eletrônicos, como celulares e computadores. Muitos não tinham familiaridade com aplicativos utilizados, plataformas e programas que passaram a ser utilizados pelos filhos  nas aulas e atividades. É o caso de Katiane dos Santos, 38 anos. Ela tem três filhos em idade escolar e a mais nova, Isabela, que cursa o 4º ano, depende da mãe para ter acesso aos conteúdos. Katiane conta que sua maior dificuldade foi justamente essa: “Como eles mandam pela plataforma, eu não consigo acessar. Já tentei várias vezes, mas não consigo”.

Além de Isabela, o filho mais velho da auxiliar de farmácia, Kaio, de 18 anos, precisa dividir o celular com a mãe e a irmã, pois perdeu o aparelho que possuía. “Eu trabalho o dia inteiro, e quando chego em casa, é que eles podem fazer as atividades, durante a noite, ou no fim de semana”. Apesar dos obstáculos, Ka­tiane busca ajuda em plataformas de conhecimento que têm acesso mais intuitivo quando há conteúdos que ela desconhece.

Sem o empenho dos pais nessa rede de apoio ao aluno, os prejuízos seriam ainda maiores. É o que explica Pedro Soares, diretor do Colégio Estadual de Ensino Integral Pré-Universitário. O educador afirma que os pais não tiveram nenhum preparo pedagógico para lidar com os filhos estudando em casa. “Nós não tivemos nenhum preparo profissional para trabalharmos dessa forma”. Apesar disso, a escola busca amparar o corpo discente para que haja menos perdas em relação à aprendizagem, mas, no dia a dia, o principal canal de suporte é a família.

Maria de Jesus pode contar com essa ajuda escolar: “Quando sinto dificuldades, aciono os professores. Eles são muito prestativos e muito compreensivos também. Se não dá pra entregar algo no dia, eles entendem. Porque a dificuldade não é só minha, é de muitas famílias”. Mara, como é conhecida, conta que sempre acompanhou de perto o desenvolvimento dos três filhos. Comparecia às reuniões, auxiliava nas tarefas propostas, ficava atenta ao comportamento das crianças. “Se antes eu já participava, quando tudo isso passar, vou participar muito mais”.

A mesma afirmação vem de Katiane. Ela viu o rendimento da filha, que antes era uma das melhores alunas, cair bastante, ao ponto de precisar cobrar para que as atividades escolares sejam realizadas. No momento, valoriza ainda mais o trabalho dos professores e garante que será ainda mais participativa.

Esse é um movimento que deve se repetir, segundo Pedro Soares: “Quando voltar para a escola, aulas presenciais, com certeza a participação familiar será maior. Ainda mais porque estaremos defasados cerca de dois anos. Então, vamos precisar de apoio.” As mudanças que ocorreram abriram os olhos para uma realidade muitas vezes ignorada: a importância do acompanhamento escolar do aluno. “O diretor do Pré-Universitário afirma que muitas dessas transformações devem permanecer, e acrescenta: “A escola nunca mais será a mesma”.

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