A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou nesta terça-feira (8/4) o ministro das Comunicações do governo Lula, Juscelino Filho, por suposto envolvimento em um esquema de desvio de emendas parlamentares destinadas a obras de pavimentação no Maranhão. A denúncia será analisada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que decidirá se o transforma em réu.
Indicado ao governo Lula pelo União Brasil, Juscelino foi indiciado pela Polícia Federal em 2024 pelos crimes de corrupção passiva, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, fraude à licitação e organização criminosa. Segundo a PF, as irregularidades envolvem ao menos R$ 835,8 mil em obras financiadas pela Codevasf na cidade de Vitorino Freire (MA), governada por Luanna Rezende, irmã do ministro.
As investigações partiram de mensagens trocadas entre Juscelino e o empresário Eduardo DP, apreendidas pela PF na Operação Odoacro. A corporação afirma que os diálogos indicam envolvimento direto do ministro em um grupo criminoso que atuava em contratos públicos.
Um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) também foi utilizado como base para a denúncia, apontando que uma das obras teria beneficiado propriedades da família de Juscelino.
Em nota, a defesa do ministro afirmou que ainda não foi formalmente notificada da denúncia e criticou o que classificou como vazamentos seletivos: “É um indício perigoso de estarmos voltando à época punitivista do Brasil, quando o Ministério Público conversava primeiro com a imprensa antes de falar nos autos”.
A defesa também reiterou a inocência do ministro e disse esperar que o STF coloque fim a uma “maratona de factoides que vem se arrastando por quase três anos”. Juscelino Filho segue no cargo, e a decisão do STF será determinante para os próximos passos.