Um estudo técnico do Instituto de Planejamento e Gestão de Cidades (IPGC) indica que o Aterro Sanitário de Goiânia pode continuar operando por até 30 anos, desde que sejam realizadas intervenções estruturais e melhorias no sistema de gestão de resíduos. O local, que hoje recebe cerca de 4,6 mil toneladas de resíduos sólidos por dia, pode ter sua vida útil ampliada com a adoção de tecnologias de triagem e tratamento, além da produção de combustível derivado de resíduos.
Na semana passada, aSemad classificou o funcionamento do aterro como incompatível com as normas ambientais brasileiras, especialmente as normas da ABNT NBR 8419 e NBR 13896. O relatório exige intervenções imediatas, que incluem desde a suspensão das atividades até a instalação de sistemas adequados de tratamento, drenagem e monitoramento ambiental.
Assinado pelos engenheiros Simão Pedro de Aguiar e Marina Alves Oliveira, o relatório aponta que, na situação atual, a estimativa de funcionamento do aterro é de apenas sete anos. Com a instalação de usinas de compostagem e triagem, esse prazo pode dobrar. A implantação completa das medidas recomendadas, como a realocação das lagoas de chorume, ampliação territorial e desmobilização do antigo aterro de inertes, pode elevar a vida útil do espaço para até 30 anos, conforme previsto pela Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Entre as ações já iniciadas pela gestão municipal estão a aquisição de novos equipamentos – incluindo tratores, escavadeiras, pás carregadeiras e caminhões –, além de obras de adequação do terreno, como a limpeza e correção dos taludes. Também está em andamento a contratação de uma empresa para monitoramento ambiental e geotécnico.
Outras medidas adotadas incluem o controle diário da cobertura dos resíduos, drenagem de chorume e gases, e elaboração de licitação para a implantação de uma unidade própria de tratamento de chorume. Hoje, o material é encaminhado para a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) da Saneago. A prefeitura também pretende contratar uma empresa para o beneficiamento de resíduos da construção civil, garantindo destinação adequada.
O IPGC destaca que a regularização e modernização do aterro são urgentes para garantir a destinação ambientalmente correta dos resíduos sólidos urbanos da capital.