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Quebra de sigilo de Amanda levou polícia ao veneno

Polícia Civil obteve nota fiscal do produto comprado pela advogada para envenenar mãe e filho


Carla Borges Por Carla Borges em 29/12/2023 - 12:29

Amanda Partata em imagem de câmera de segurança após receber o veneno

O resultado final das investigações foi apresentado na manhã de hoje em entrevista coletiva à imprensa. O delegado Carlos Alfama, da Delegacia de Investigações de Homicídios (DIH), disse ter provas definitivas e irrefutáveis da materialidade dos crimes (já que o exame pericial comprovou a presença do veneno em dois bolos de pote) e da autoria. “Temos três provas documentais e o caso está esclarecido”, disse o delegado.

Além da prova de que Amanda Partata comprou a substância letal, a polícia também contou com depoimentos esclarecedores e outras provas carregadas em busca na casa da advogada, em Itumbiara. Um depoimento fundamental foi do motorista de aplicativo de entregas que buscou o veneno na casa da advogada, em Itumbiara, e trouxe para Goiânia, onde ela estava hospedada em um hotel no Setor Marista.

Nota fiscal
O delegado Carlos Alfama contou que o caso foi tratado inicialmente como intoxicação por alimentos. Ele relatou que no dia seguinte às mortes, quando a polícia foi à casa de Leonardo, Amanda estava no local. Segundo o delegado, ela contou que esteve com as vítimas no dia anterior e que tomou café da manhã com elas. Questionada sobre como havia ido, ela respondeu que foi de Uber. O delegado pediu para ver o celular para verificar o trajeto do motorista. “Ela ficou nervosa e bloqueou o celular”, disse.

No inquérito de mais de 350 páginas, foram ouvidas quase 40 pessoas. Carlos Alfama diz que a forma de comprovar o envenenamento foi por meio da quebra do sigilo fiscal. O produto foi entregue pelos Correios na casa de Amanda, em Itumbiara. A polícia não divulgou o nome da substância para evitar que ela seja comprada por outros criminosos. Sem isso, a perícia iria demorar. “Levaria a os, talvez”, estima o delegado.

Ameaças
A Polícia Civil também concluiu que Amanda Partata ameaçava o ex-namorafo, Leonardo Filho, e familiares dele desde julho deste ano. As ameaças tiveram início logo depois do término do namoro, que durou dois meses. Na coletiva, o delegado mostrou mensagens trocadas entre Amanda e o ex-namorado, de quem ela dizia estar grávida. “Ela tinha certeza de que causaria grande sofrimento a ele caso algo acontecesse com seus familiares. Ela cumpriu as ameaças”, concluiu.

Gravidez
Leonardo Filho, que é médico, apresentou à polícia um exame de ultrassonografia apresentado por Amanda em dezembro. Ela alegava estar com 23 semanas de gestação. No entanto, na bisca domiciliar realizada pela polícia ontem na casa dela, foram encontrados exames datados de agosto e dezembro deste ano, que comprovam que ela não estava grávida. Segundo a polícia, ela mora em um condomínio fechado de luxo na cidade. “Ela é de família conhecida e influente”, disse Alfama.

“Ela nunca esteve grávida”, garante o policial. Ele disse que foram identificados cinco ex-namorados de Amanda com os quais ela teve a mesma conduta de mentir sobre esperar um filho. Por fim, em novo interrogatório, ontem, o delegado conta que apresentou as provas para a advogada e perguntou se ela queria alegar alguma coisa. Ela, no entanto, permaneceu em silêncio.

Carlos Alfama confirmou que há denúncias de golpes que a advogada teria praticado. No Rio de Janeiro, segundo relatou, ela daria golpes já venda de ingressos falsos de shows. Ele também reafirmou que há denuncia de um caso de abuso sexual que ela teria praticado em uma escola de Itumbiara.

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