Andréia Bahia
As polêmicas envolvendo o deputado estadual Amauri Ribeiro (UB) – só na Assembleia Legislativa – tiveram início em sua posse, quando participou da solenidade usando chapéu e, em certo momento, com a mulher sentada em seu colo. Esse comportamento era o prenúncio de um mandato marcado por truculência, falta de respeito aos colegas e ao regimento da Casa.
“Amauri xinga o tempo todo. Provoca demais”, afirmou um servidor da Alego. O deputado Mauro Rubem (PT), que protagonizou com Ribeiro o último episódio de truculência no Plenário da Assembleia, na quarta-feira, 27, também disse isso. “Você quer xingar todo mundo e não quer ouvir”.
Mas Amaury não ficou só nos xingamentos. Em agosto de 2021, ele afirmou que a vereadora Lucíula do Recanto (PSD) “merecia um tiro na cara”. Ele é réu por racismo e tem em seu histórico falas preconceituosas contra as mulheres que trabalham na Alego. Afirmou, em entrevista ao Popular, em 2019, que a Assembleia Legislativa era uma “casa de mulheres”, sugerindo que elas trabalhavam para “servir os deputados” e não faziam nada.
Amaury foi alvo da Operação Lesa Pátria, da Polícia Federal, que apura os atos golpistas de 8 de janeiro, depois de dizer em Plenário que havia ajudado a financiar os acampamentos dos golpistas. “Eu ajudei a bancar quem estava lá. Levei comida, dei água e dinheiro. Acampei e fiquei na porta porque sou patriota.”
Tem-se notícia que, à época, a Comissão de Ética da Alego iria apurar as declarações do deputado relacionadas à vereadora Lucíula do Recanto, mas em relação aos outros episódios envolvendo o deputado a Alego tem feito ouvidos moucos.
Segundo o advogado Dyogo Crosara, há episódios em que o deputado Amauri Ribeiro quebrou o decoro parlamentar, ou seja, “agiu fora do coro, daquilo que o cargo prevê”. Ele cita os casos de agressões, como o que ocorreu esta semana ao deputado Mauro Rubem. Crosara chama atenção para o fato de que o desrespeito praticado pelo deputado não impacta apenas no próprio, mas na Assembleia Legislativa. “A Assembleia tem que se respeitar mais”, diz.
Até porque, quem muito se abaixa, o fundo aparece.